12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é causada pelos vírus HIV‐1 e HIV‐2. Este vírus ataca células do sistema imunológico diminuindo a quantidade e funcionalidade destas células, podendo levar o paciente à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Atualmente não existe a cura para infecção pelo HIV, mas o tratamento feito com antirretrovirais pode levar a indetecção do vírus no sangue periférico e ótima evolução clínica. Entretanto, fatores relacionados a baixa adesão ao tratamento podem levar a falha virológica e consequente complicações imunológicas.
Objetivo: Desenvolver um protocolo do uso de marcadores genéticos (MG) aplicados as pessoas que vivem com HIV em terapia antirretroviral (TARV).
Metodologia: As bases de dados National Center for Biotechnology Information (NCBI), PharmGKB e a Clinical Pharmacogenetics Implementation Consortium (CPIC) foram exploradas para o desenvolvimento do protocolo no uso de MG envolvidos no tratamento com antirretrovirais. Para estruturação do protocolo foram relacionados MG de metabolismo citocrômico (CYP) e Proteínas de Resistência à Múltiplas Drogas (MRP) da superfamília dos transportadores ligantes de ATP (ABC).
Resultados: Foram encontrados MG com Polimorfismos de Nucleotídeos Únicos (SNP) principalmente nos CYP2B6, CYP3A4, CYP1A1 e CYP1B1 para drogas como efavirenz, indinavir e dolutagravir resultando em falha terapêutica devido aumento da excreção destes fármacos associado a queda no nível sérico. Nas MRP as drogas relevantes foram lamivudina e zidovudina nas proteínas provenientes dos genes MRP4 e ABCC11 para o tenofovir, em que o SNP nestes genes aumentou a toxicidade da lamivudina e da zidovudina devido elevação do nível sérico, enquanto para tenofovir observou‐se falha terapêutica por aumento do clearance.
Discussão/Conclusão: A aplicação destes MG pode melhorar a efetividade da TARV evitando falha terapêutica e consequente elevação da carga viral, complicações como reações adversas e toxicidade. O tipo de SNP pode determinar os parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos dos antirretrovirais. A abordagem farmacogenética na terapia antirretroviral pode proporcionar melhor compreensão da falha virólogica, uma vez estabelecido que a variabilidade genética pode influenciar na biotransformação do fármaco, sua concentração plasmática e sua taxa de depuração/excreção que determinarão a eficácia e segurança do tratamento.