Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 7 ‐ Horário: 13:51‐13:56 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: As infecções do trato urinário associadas a cateter vesical de demora (ITU‐CVD) são responsáveis por 35‐45% das infecções relacionadas à assistência à saúde em pacientes adultos. Aproximadamente 20% dos pacientes de um hospital serão submetidos à cateterização vesical durante sua hospitalização. Assim, a adesão pelos profissionais de saúde às medidas de prevenção é fundamental.
Objetivo: Descrever e analisar a adesão às estratégias adotadas para prevenção de ITU‐CVD em unidade de terapia intensiva e semi‐intensiva de um hospital em São Paulo, que permitiram a manutenção de taxa zero de incidência de ITU‐CVD nos últimos dois anos.
Metodologia: Análise retrospectiva da adesão ao pacote de medidas preventivas de ITU‐CVD e descrição das ações adotadas diante das não conformidades identificadas. O pacote prevê: inserção do CVD por profissional capacitado, kit para passagem de CVD, check list durante a passagem, revisão diária da indicação do CVD, rotina de higiene íntima, esvaziamento regular do saco coletor, fixação e posicionamento adequados do CVD. Os dados foram obtidos dos check lists de inserção e das fichas de mapeamento do protocolo.
Resultado: Entre abril de 2016 e maio de 2018, 659 pacientes usaram CVD. A média de permanência do dispositivo foi de 6,8 dias e mediana de três dias. A revisão diária da necessidade de manutenção do cateter foi feita em 98,8% dos casos. A higiene foi adequada em 94,7% dos casos e as estratégias usadas foram a padronização do antisséptico para a rotina (clorexidina) e colocação de almotolias à beira‐leito. Obteve‐se adesão de 85,4% na fixação adequada do cateter. Observou‐se fragilidade na padronização do material para fixação do CVD e como plano fizeram‐se teste e substituição do material, treinamento da equipe e avaliação de eficácia. O posicionamento adequado foi o item de maior adesão (99,8%). O esvaziamento da bolsa coletora foi adequado em 99,2% dos casos.
Discussão/conclusão: O gerenciamento dos indicadores e a análise das fragilidades são ferramentas importantes para melhoria contínua. A visita multidisciplinar foi estratégica para discutir a indicação do CVD, reduziu o tempo de permanência e da assertividade no posicionamento do CVD. A adesão pelos profissionais às recomendações é um desafio. A instituição de programas operacionais, bem como a sensibilização dos profissionais para essa problemática, é o ponto de partida fundamental para prática sustentada.