Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 7 ‐ Horário: 13:58‐14:03 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: As infecções do trato urinário (ITU) são a terceira principal causa de infecções associadas ao ambiente hospitalar, em que há uma prevalência de agentes etiológicos e perfil de sensibilidade diferentes dos microrganismos causadores das ITUs da comunidade.
Objetivo: Caracterizar os agentes etiológicos das ITU de pacientes internados nas enfermarias de um hospital de alta complexidade, avaliar a prevalência das espécies bacterianas e seu perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos.
Metodologia: Foram analisadas, retrospectivamente, 61 uroculturas positivas de 57 pacientes com critérios para ITU nosocomial, de novembro de 2016 a fevereiro de 2017.
Resultado: A maioria dos pacientes (56,1%) era mulher. A idade média foi de 55,7 anos, 56,2% tinham mais de 60 anos. Em relação às comorbidades, a hipertensão arterial sistêmica (43,8%), neoplasias (24,5%), diabetes mellitus (22,8%) e doença renal crônica (19,3%) foram as quatro mais frequentes. O tempo de internação médio desses pacientes foi de 41,84 dias e o tempo médio de internação até o diagnóstico clínico da ITU foi de 20,8 dias. Em relação aos fatores de risco, 17,5% dos pacientes fizeram procedimentos urológicos, 26,2% estavam em uso de imunossupressores, 31,6% estavam em sondagem vesical de demora, 36,8% tinham uma internação prévia e 70,5% fizeram uso de antibiótico nos últimos 90 dias. O principal agente encontrado foi a Klebsiella pneumoniae (37,7%), seguida de Escherichia coli (31,1%) e Enterococcus faecalis (8,2%). Os agentes isolados, de modo geral, mostraram baixa sensibilidade às cefalosporinas, drogas bastante prescritas no ambiente hospitalar: 42,85% a cefuroxima, 43,5% a ceftriaxona e 44,4% ao cefepime. As drogas mais ativas contra os agentes isolados foram meropenem (76,37%), gentamicina (75%) e amicacina (88,2%). As quinolonas de segunda geração, muito usadas para ITUs da comunidade, apresentaram baixa sensibilidade, 41,7% para norfloxacino e 46% para ciprofloxacino. Cerca de dois terços dos pacientes (63,2%) tiveram boa evolução e receberam alta hospitalar, o restante evoluiu para óbito. Dos 36,8% restantes que tiveram como desfecho o óbito, 25% foram relacionados com a infecção hospitalar.
Discussão/conclusão: Com esses resultados, deve‐se evitar o uso de quinolonas e cefalosporinas, inclusive as de quarta geração, no manejo de ITU nosocomial para pacientes em estado crítico neste hospital. Nesse contexto, uso de aminoglicosídeos ou carbapenêmicos parece ser o mais seguro e indicado.