12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: CAPES
Nr. Processo: 88887.506386/2020‐00
Introdução: A pandemia de SARS‐CoV‐2 que iniciou em Wuhan, China, atualmente atinge vários países. No Brasil o primeiro caso da doença foi notificado no dia 26 de fevereiro na cidade de São Paulo. Segundo o Ministério da Saúde, 4.906.833 casos de COVID‐19 foram notificados no Brasil e 332.950 casos na cidade de São Paulo até a 40ª semana epidemiológica.
Objetivo: Nesse sentido, buscamos avaliar a detecção molecular de infecção por SARS‐CoV‐2 em pacientes hospitalizados e profissionais de saúde, atendidos de 01 março a 03 outubro de 2020, em um Hospital universitário na cidade de São Paulo.
Metodologia: O estudo avaliou amostras de 2.615 pacientes hospitalizados e 2118 profissionais de saúde com suspeita clínica de COVID 19, atendidos no Hospital São Paulo. As amostras foram submetidas ao ensaio de RT qPCR para amplificação dos genes N, E e RdRp. As demais variáveis analisadas foram investigadas no banco de dados do laboratório de virologia clínica. Dados do boletim epidemiológico da cidade de São Paulo foram utilizados nesse estudo.
Resultados: O RNA viral foi detectado em 37,5% dos pacientes e 35,8% dos profissionais de saúde. As idades dos pacientes hospitalizados (n=2615) variaram de 0 a 101 anos, com média de 48,5±23,4 anos e mediana de 52 anos. Frequências mais elevadas de amostras positivas foram detectadas em adultos de 50 a 59 anos (49,2%) e em idosos com mais de 60 anos (47,4%). Nos profissionais de Saúde (n=2118), as idades variaram de 16 a 76 anos, com média de 37,8±11,3 anos e mediana de 37 anos. A taxa de positividade por faixa etária não teve variação. A frequência de amostras positivas nos pacientes, atingiu o pico nos meses de abril, maio e junho (51,6%, 48,7% e 43,7%), diminuindo a partir do mês de agosto. Nos profissionais de saúde a frequência mensal não variou nos três primeiros meses (32,8%, 37,0% e 32,5%), atingindo o pico em junho (51,2%) e diminuindo a partir de julho. Na cidade de São Paulo, a pandemia atingiu seu pico no mês de junho reduzindo a menos da metade no mês de setembro.
Discussão/Conclusão: Considerando os pacientes hospitalizados, a frequência de casos suspeitos e confirmados de COVID‐19 foi maior em adultos acima de 50 anos, confirmando que essa faixa etária apresenta complicações mais graves, necessitando de internação hospitalar. A taxa de positividade dos profissionais de saúde foi mais alta que a dos pacientes no mês de março, sugerindo alta exposição desse grupo ao vírus no começo da pandemia.