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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐020
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PACIENTE COM COVID‐19 E QUEIMADURA EXTENSA RESULTANDO EM HIPERINFLAMAÇÃO ‐ RELATO DE CASO
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Flávia Oliveira Naddeo, Camila Bianchi Matiuzzi, Felipe de Lima Grela, Jordan Monteiro Pinheiro, Carlos Roberto Kiffer
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: Pacientes com queimaduras extensas podem apresentar dano pulmonar decorrente de dano direto, bem como devido à resposta inflamatória sistêmica. No contexto da pandemia por Sars‐CoV 2, a infecção pelo vírus torna‐se um diagnóstico diferencial em pacientes que apresentam quadros pulmonares agudos em ambientes hospitalares.

Objetivo: Relatar caso de paciente grande queimado e discutir possíveis diagnósticos diferenciais.

Metodologia: Paciente de 22 anos, sexo feminino, sofreu queimaduras térmicas de segundo e terceiro grau em 37% da superfície corporal (decorrente de explosão de espiriteira com etanol). Admitida em unidade de internação para queimados e submetida a cirurgia para desbridamento de lesões sob anestesia geral, evoluindo com dessaturação no pós operatório, com necessidade crescente de oxigênio suplementar, insuficiência respiratória franca e intubação orotraqueal, com parâmetros ventilatórios de difícil manejo. Tomografia computadorizada de tórax evidenciou áreas de consolidação e vidro fosco, de acometimento difuso e bilateral, predominando nos campos pulmonares superiores e médios, de distribuição central/peri‐hilar, sugestivos de dano alveolar difuso. Devido ao contexto de pandemia, no quinto dia de evolução foi optado por coletar RT‐PCR para Sars‐CoV‐2 em aspirado traqueal como parte de rotina de diagnóstico diferencial, com posterior resultado positivo. Paciente submetida a suporte ventilatório e medidas de pronação intermitente, evoluiu com lesão renal aguda KDIGO III com necessidade de terapia renal substitutiva, infecção de corrente sanguínea por Serratia marcescens sensível a Amicacina e cultura de aspirado traqueal com KPC sensível a Polimixina B. Permaneceu sob IOT durante 22 dias, sendo extubada sem intercorrências. Submetida a suporte clínico, terapias antimicrobianas específicas, novo desbridamento e enxertia, com alta hospitalar após 47 dias da admissão hospitalar.

Discussão/Conclusão: Grandes queimados podem apresentar quadros pulmonares decorrentes da queimadura per se, porém durante a pandemia a hipótese diagnóstica de COVID 19 deve ser considerada, inclusive para o isolamento do paciente para evitar contaminação dentro da unidade e cuidados de biossegurança para a equipe assistente.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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