Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 4 ‐ Horário: 13:30‐13:35 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é considerada condição clínica notificável quando um indivíduo apresenta sinais e sintomas como febre, tosse, dispneia, mialgia, dor de garganta, saturação O2<95% e desconforto respiratório. A notificação é obrigatória com vistas ao monitoramento de agentes virais de relevância epidemiológica. O vírus influenza é um dos principais agentes que podem levar ao desenvolvimento de SRAG.
Objetivo: Descrever os casos de SRAG com resultados confirmados laboratorialmente no Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen‐GO).
Metodologia: Estudo descritivo, desenvolvido a partir de 691 casos de SRAG com resultados confirmados laboratorialmente e notificados pelo Núcleo de Vigilância Laboratorial do Lacen‐GO, de 2015 a 2017. Na coleta de dados e análise estatística usou‐se o software Epi info 3.5.4. As variáveis foram sexo, gestação, escolaridade, vacinação, sinais e sintomas, diagnóstico etiológico, hospitalização, raios X, suporte ventilatório (SV), unidade de terapia intensiva (UTI), amostra coletada e comorbidades. Os resultados foram descritos através frequências absolutas e relativas.
Resultado: A média de idade foi 33,45 anos. Quanto ao perfil epidemiológico, 57% eram do sexo feminino, não gestantes, escolaridade maior do que oito anos e 79,6% não vacinados para influenza. Das amostras biológicas, 99,4% eram de secreção da oro e nasofaringe e 0,6% de tecido post mortem. A principal comorbidade foi doença cardiovascular crônica em 8,2% dos casos. Os principais sinais e sintomas observados foram: tosse, febre, desconforto respiratório, saturação < 95%. A hospitalização ocorreu em 93,1% dos casos. O principal padrão radiológico foi o infiltrado intersticial em 56,2% dos casos. O uso de UTI em 26,6% e não houve uso de SV em 57,4% casos. Os principais agentes virais detectados foram: influenza A/H1N1pdm09 em 54,9%, influenza B em 13,2% e influenza A/H3N2 em 12,7% dos casos.
Discussão/conclusão: Observou‐se que a maioria dos casos não foi vacinada para influenza. O fato de mais de a metade dos casos ser positiva para os subtipos de influenza A/H1N1pdm09 e de o vírus ter elevada transmissibilidade, sugere‐se uma associação desses subtipos a quadros mais graves, o que pode levar rapidamente ao óbito. Assim, os resultados observados reforçam a necessidade de continuidade da vigilância dos casos de SRAG.