Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 3 ‐ Horário: 14:12‐14:17 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O vírus linfotrópico da célula T humana tipo 1 (HTLV-1) é um retrovírus causador da Paresia Espástica Tropical (HAM/TSP) e de diversas comorbidades sistêmicas. Essa infecção acomete cerca de 5 a 10 milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo Salvador-BA a cidade de sua maior prevalência no Brasil. A agregação familiar do vírus já foi mostrada em alguns estudos brasileiros e mundiais, e reforça a importância do conhecimento acerca da infecção.
Objetivo: Determinar a prevalência da agregação familiar da infecção por grau de parentesco e analisar o perfil epidemiológico dos pacientes e de seus familiares de primeiro grau portadores do HTLV-1, descrevendo-os por sexo, faixa etária e cor da pele, além dos sinais e sintomas associados ao vírus.
Metodologia: Trata-se de um estudo de corte transversal utilizando-se dados secundários de pacientes atendidos em um centro de referência para o HTLV na cidade de Salvador-BA. As variáveis sociodemográficas utilizadas foram sexo, faixa etária, cor da pele e grau de parentesco, enquanto que as variáveis clínicas foram HAM/TSP, e alterações urinárias, dermatológicas e oftalmológicas específicas.
Resultado: Observou-se prevalência de cônjuges dentro do contexto da agregação familiar do HTLV-1, e que a seleção amostral apresenta maior frequência de mulheres, de indivíduos adultos e de cor da pele parda. A HAM/TSP definida foi verificada em 23,7% de todos os casos válidos. A alteração urinária mais frequente foi a incontinência, a dermatológica foi a xerose cutânea e a oftalmológica foi a ceratoconjuntivite sicca.
Discussão/conclusão: Os resultados encontrados demonstram a grande prevalência de prováveis manifestações clínicas dos portadores de HTLV-1, o que revela a HAM/TSP como principal diagnóstico de paresia espástica nas áreas endêmicas para o vírus. Além disso, o processo fisiopatológico das alterações urinárias, dermatológicas e oftalmológicas encontradas no contexto do HTLV-1 favorece o desenvolvimento dessas comorbidades nos indivíduos infectados. Isso aponta a necessidade de políticas públicas que reforcem a prevenção e transmitam informação acerca dessas complicações e das possibilidades de tratamento.