Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 4 ‐ Horário: 14:12‐14:17 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A febre amarela é uma arbovirose, causada pela picada de mosquitos contaminados, e é classificada em forma silvestre, transmitida pelos gêneros Haemagogos e Sabethes, e forma urbana, transmitida pelo gênero I. Trata‐se de uma doença endêmica na África e na América, com surtos periódicos. Contudo, tem apresentado pioria das epidemias, afetado mais indivíduos, com maior número de óbitos. A febre amarela tem vacina específica desde a década de 1930 e desde sua formulação apresentou pouca modificação. Está indicada para indivíduos que vivem em áreas de risco para febre amarela, proteger viajantes com destino a essas áreas e prevenção de surtos mundiais. Existem hoje seis produtores da vacina no mundo, com estoque reduzido e limitado. Para a Organização Mundial da Saúde é necessário mínimo de 3.000UI partículas virais para soroconversão adequada e efetividade da vacina e, desde 2013, indica dose única para proteção prolongada.
Objetivo: A partir das últimas pesquisas relacionadas com a dose fracionada da vacina contra a febre amarela, responder a pergunta título do artigo: dose fracionada é viável?
Metodologia: Pesquisados artigos no Pubmed com as palavras: vacina, febre amarela e dose fracionada, publicados nos últimos cinco anos. Foram analisados e incluídos os trabalhos relacionados à discussão.
Resultado: Martins et a. (2013) avaliaram a resposta imunológica para diversas doses da vacina contra a febre amarela e apontaram que a dose com 587UI ou mais partículas virais é similare à dose‐padrão (27.476 UI), concluíram não ser justificável permanecer com doses altas quanto à dose‐padrão. Em 2014, Cmpi‐Azevedo et al. analisaram os marcadores inflamatórios e outros parâmetros e concluíram que o uso de dose 10 vezes menor é recomendável, pois apresentou soroconversão semelhante à dose‐padrão. Em 2016, a Organização Mundial da Saúde autorizou a República Democrática do Congo a usar dose fracionada da vacina para controle de surto da doença. A publicação dos dados deste estudo foi no início de 2018 e os autores concluíram que a resposta imunológica após a dose fracionada da vacina contra a febre amarela foi apropriada para controle de surto de febre amarela na população estudada.
Discussão/conclusão: A dose fracionada da vacina contra a febre amarela, com o mínimo de 3.000UI, apresenta soroconversão semelhante à dose‐padrão da vacina. Assim, o uso de uma dose fracionada permite melhor manejo do estoque mundial de vacinas contra a febre amarela.