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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 204
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TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO ASSOCIADO A ACTINOMICOSE EM PARTES MOLES DE PAREDE ABDOMINAL: RELATO DE CASO
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Clarissa Pieresan Winkelmanna, Rafael Fontanab, Carolina Pompermaiera, Crislli Preussler Chiaradiaa, Marcelo Costamilan Rombaldia, Guilherme Soldatelli Teixeira Kurtzc
a Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, Brasil
b Hospital Geral de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil
c Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução

O Tumor Miofibroblástico Inflamatório (TMI) é uma lesão neoplásica geralmente benigna, que pode se manifestar com comportamento invasivo. Uma causa rara para sua formação é a actinomicose (ACM), infecção que pode simular outras neoplasias.

Relato

G.T., feminina, 63 anos, hipertensa, diabética. Procurou atendimento por dor abdominal difusa, episódio único de sangramento anal superficial e perda ponderal de 11 kg em 1 ano. Histórico familiar de câncer de mama e cólon. Ao exame, massa palpável de cerca de 12 cm, pétrea, móvel e de bordos regulares em quadrante superior esquerdo. Colonoscopia normal. À TC de abdome, formação expansiva de tecido mole junto à parede abdominal esquerda, de 6,6 x 4,2 cm com massa sobre o cólon transverso e espessamento do músculo reto abdominal esquerdo. À RNM de abdome total, lesão em epíplon de 8,9 x 4,5 x 4,3 cm, contornos irregulares, adjacente ao cólon transverso em plano paramediano esquerdo. Submetida à laparotomia exploradora, realizou-se omentectomia, ressecção de parede abdominal e músculo reto abdominal esquerdos e colectomia segmentar de cólon transverso. Lavado peritoneal negativo para malignidade. Ao anatomopatológico, TMI associado à ACM em partes moles de parede abdominal com aderência à superfície externa intestinal.

Comentários

TMI é conhecido como pseudotumor inflamatório ou granuloma de células plasmáticas. Origina-se em tecidos moles e predomina em crianças e adultos jovens. É benigno, porém, tem comportamento agressivo, duplicando o tamanho em poucos meses, gerando sintomas compressivos em órgãos vizinhos. Acomete pulmão, mesentério, fígado e baço, sendo o intestino menos atingido. A etiologia é pouco conhecida, porém, fatores como trauma, doenças autoimunes e processos inflamatórios ou infecciosos podem contribuir. ACM é causada pela infiltração de bactérias da espécie Actinomyces spp. em tecidos lesionados e definida como doença crônica, progressiva e supurativa. Caracteriza-se pela formação de abcessos, tecido de granulação e tecido fibroso denso, induzindo a formação de tumores. Como na TMI, o tratamento da ACM é exérese cirúrgica tumoral seguida de antibioticoterapia de longa duração.

Conclusão

A maioria dos casos é submetida a ressecções cirúrgicas antes do diagnóstico. O tratamento cirúrgico de TMI é reservado para lesões extensas, conduta adotada vista morbidade da doença. Tratando-se de uma abordagem multivisceral, é ideal que a cirurgia seja realizada por equipe multidisciplinar.

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