A tuberculose extrapulmonar constitui 35% dos casos da doença, e normalmente acomete adultos jovens, abaixo dos 40 anos com fatores de risco como imunossupressão, desnutrição e comorbidades. Na tuberculose ganglionar (TG) os sintomas são o aumento dos gânglios comprometidos, febre, emagrecimento. As micobactérias ligadas a TG incluem principalmente a Mycobacterium tuberculosis, M. bovis e M. africanum.
ObjetivoRelatar o caso e o tratamento adotado em uma paciente diagnosticada com TG e HIV positivo, que após o início do ARV desenvolveu Síndrome de Reconstituição Imunológica (SRI).
MétodoRelato de caso.
ResultadosPaciente 56 anos, compareceu ao pronto socorro HRAN, com quadro de febre de 39.1°C, astenia, tosse produtiva e dispneia aos mínimos esforços, com surgimento há 4 dias extensa linfadenite cervical. Com histórico de TG em tratamento há 1 mês com RIPE, sem melhora. No primeiro atendimento, paciente apresentou supuração, lesão de tumoração ulcerada em região cervical esquerda, lesão com 5 cm x 5cm, densa, aderida e tecido adiposo, com sinais flogísticos, drenando conteúdo purulento, associado a perda de peso 15 kg. Paciente foi internada aos cuidados da infectologia e iniciado antibioticoterapia com Piperacilina/Tazobactam.
Nos exames foi apresentado HIV positivo. O tratamento foi iniciado com antirretroviral TDF + 3TC + DTG e profilaxia para pneumocistose e Micobacterium atípica, apresentando CD4; 8 e carga Viral 21203. Realizado uma punção de linfonodo com pesquisa direta para bacilo álcool resistente positiva. Paciente evoluiu de forma desfavorável na internação apresentando. Devido piora clínica, foi suspendido ARV (antiretroviral) e iniciado Prednisona na dose de 40 mg dia devido SRI, com melhora clínica e melhora laboratorial subsequentes. Reiniciado ARV após, paciente com melhora progressiva de lesão em região cervical, recebido alta para controle ambulatorial.
ConclusãoA SRI é um conjunto de desordens inflamatórias ligadas à melhora da imunidade e piora paradoxal de infecções oportunísticas pré-existentes. A equipe de saúde deve considerar cada caso e avaliar o tratamento adequado, conforme apresentado, a interrupção do tratamento ARV e sua continuação posteriormente pode ser uma forma efetiva para o tratamento nesses casos.