A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa, que possui como um entrave a aderência ao tratamento, o que colabora para a continuidade da cadeia de transmissão, apesar desse tratamento ser ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2010. Perante esse desafio, a Organização Mundial de Saúde (OMS), aprovou, em 2014, uma meta nacional para o Brasil, com o objetivo de diminuir a incidência da tuberculose para 10 casos por 100 mil habitantes até 2035.
ObjetivoAnalisar as taxas de cura da tuberculose e de abandono ao tratamento, durante os anos de 2018 a 2020, correlacionando com os objetivos traçados pela OMS para o controle dos casos.
MétodoTrata-se de um estudo epidemiológico descritivo observacional, baseado em dados provenientes dos Boletins Epidemiológicos da Tuberculose da Secretaria de Vigilância em Saúde. Foram levadas em consideração a população geral e populações vulneráveis.
ResultadosNo período averiguado, constatou-se que tanto as taxas de cura, como de abandono ao tratamento, na população geral, apresentaram uma variação preocupante. A taxa de cura caiu de 71,9% para 68,4%, enquanto a taxa de abandono do tratamento aumentou de 11,6% para 12,9%. Quanto às populações de risco, as maiores taxas de abandono do tratamento encontram-se nas pessoas em situação de rua. Enquanto isso, as menores taxas foram observadas nos profissionais da saúde. Mesmo assim, é importante ressaltar que houve um aumento desse número, que se apresentava 4,2% em 2018 e saltou para 5,7% em 2020. Quanto às taxas de cura, é importante ressaltar que em todas as populações vulneráveis seus índices apresentaram importante queda. Novamente, os profissionais da saúde se destacaram com os melhores índices, porém com uma diminuição significativa de 85,6% em 2018 para 78,1% em 2020, enquanto a população em situação de rua apresentou os piores índices.
ConclusãoO levantamento desses dados permite a visão de um panorama da doença no Brasil. Na avaliação global dos casos, é perceptível que o aumento do abandono ao tratamento afetou diretamente as taxas de cura, tendo como consequência final um aumento da circulação da doença. Essa problemática se reafirmou nas populações vulneráveis, que mostraram índices preocupantes, mostrando a necessidade de ações em saúde para esse grupo. Esses aspectos perpetuam a transmissão da doença, configurando um grave problema de saúde pública e colocando em risco o alcance dos objetivos traçados pela Organização Mundial de Saúde.