Acredita-se que a apendicite resulta num fato que antecipa a necrose da mucosa local, originando uma infecção bacteriana, podendo ser formadas ulcerações da mucosa e micro abcessos no apêndice ou tecidos vizinhos. Se não ocorrer o tratamento em até 36 horas, pode evoluir para gangrena e perfuração do espaço.
ObjetivoRelatar um quadro clínico de apendicite aguda em uma criança do sexo feminino com diagnóstico de dengue concomitante com tratamento conservador.
MétodoRelato de caso.
ResultadosPaciente de 7 anos de idade, apresentou-se no Pronto socorro de pediatria no HMIB, com febre de 39°C, mialgia, anorexia e dor abdominal em fosa ilíaca direita há 2 dias. Sinal de blumberg positivo. O Ultrassom abdominal revelou Segmento de alça espessado (8mm), aperistáltico, não compressível, terminando em fundo cego, na fossa ilíaca direita, lateral a alça colônica, coincidente com o ponto doloroso. Achados compatíveis com apendicite aguda. A equipe de cirurgia pediátrica indicou apendicectomia, no entanto, ao passar pela equipe de infectologia, foi orientado a suspenção da cirurgia em virtude do quadro atual de dengue e sob risco de complicações como sangramento durante a cirurgia, e orientado a iniciar antibioticoterapia Gentamicina 7mg/kg/dia e clindamicina 40 mg/kg/dia e tratamento de suporte. Paciente evoluiu de forma favorável, em 2 dias, apresentando melhora parcial de dor abdominal, Blumberg negativo, com íleo e liberação de flatos fisiológico e afebril em todo período de internação. Foi prescrito alta hospitalar e suspensão da antibioticoterapia com acompanhamento ambulatorial receitado medidas de suporte e retorno em 48 h. No retorno, paciente manteve o quadro clínico de bom estado geral e sem sinais ou sintomas clínicos, e melhora laboratorial.
ConclusãoSabe-se que seu manejo tradicional é a apendicectomia, mas o uso de antibióticos apresenta papel fundamental no seu manejo seja como antibioticoterapia ou somente na profilaxia. No caso descrito, observou-se que um tratamento conservador e suporte clínico em uma criança pode apresentar uma resposta favorável e sem necessidade de intervenção cirúrgica devido quadro de dengue e plaquetopenia que poderia favorecer a complicações e pior prognóstico por sangramentos e necessidade de maior tempo de recuperação.