12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A transmissão do vírus SARS‐CoV‐2 dá‐se por secreções respiratórias, primariamente por gotículas. Transmissão por aerossóis é relatada em situações que favorecem a dispersão do vírus em partículas suspensas de aerossóis. A transmissão hospitalar de SARS‐CoV‐2 vem sendo relatada em várias instituições.
Objetivo: Caracterizar transmissão cruzada de SARS‐CoV‐2 em pacientes hospitalizados em um hospital universitario no período de março a maio de 2020.
Metodologia: Foi considerada transmissão hospitalar SARS‐CoV‐2 pacientes com RT‐PCR positivo com internação hospitalar superior a 7 dias, excluindo pacientes com diagnóstico de entrada COVID‐19 e pacientes expostos a outro paciente no mesmo quarto por período superior a 24 horas ou a um profissional de saúde com COVID‐19 confirmada. Foram também avaliados pacientes que tiveram reinternação, no período inferior a 7 dias e que tiveram COVID‐19 confirmada.
Resultados: Neste período 33 (100%) foram considerados transmissão hospitalar, sendo 17 (51,5%) gênero feminino, média de idade de 60 anos (23‐86), raça branca com 16 (48%). Comorbidades pr, 13 (39,9%) diabetes; 08 (24,2%) doença renal crônica; 07 (21,2%) neoplasia e 07 (21,2%). Entre os pacientes que não tiveram re‐internação hospitalar 28 (84,8%), o tempo médio entre a data de internação e início dos sintomas foi de 25 dias (7‐129). Entre os 05 (15,1%) pacientes que foram diagnosticados após alta hospitalar o tempo médio do início dos sintomas após alta foi 02 (1‐4) dias. Os principais sintomas foram dispneia 15 (45,5%); tosse 14 (42,4%); febre 11 (33,3%) diarreia 10 (30,3%). Cinco (15,1%) pacientes eram assintomáticos.
A necessidade de oxigênio por cateter nasal ocorreu em 20 (60%) dos casos. Vinte (60%) necessitaram de UTI, com média de internação de 14 dias (1‐69), destes, 11 (55%) submetidos à ventilação mecânica, A média de ventilação mecânica foi de 9,5 dias (3‐28 dias). Dezenove (57,7%) casos evoluíram para óbito.
Discussão/Conclusão: A transmissão hospitalar por SARS‐CoV‐2 infelizmente será inevitável durante a circulação do vírus na comunidade. Não podemos poupar esforços para diminuir sua ocorrência. Uma vez detectado um caso índice, devemos realizar busca‐cativa em pacientes sintomáticos e assintomáticos. Pacientes internados por outros diagnósticos, sempre que apresentarem sintomas sugestivo de COVID‐19, em particular insuficiência respiratória aguda sem outra causa, devem sempre ser investigados para SARS‐CoV‐2 durante a circulação do vírus na comunidade ‐ pandemia.