12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Em 2019, um novo vírus foi identificado como causa de um conjunto de doenças respiratórias agudas na cidade de Wuhan, na China. Esse vírus se disseminou no mundo, resultando em uma pandemia global. A doença foi denominada COVID‐19, por ser causada pelo coronavírus, que é um RNA vírus da ordem Nidovirales.
Objetivo: Neste contexto, o relato tem como objetivo alertar sobre uma possível reinfecção pelo vírus.
Metodologia: Paciente sexo masculino, 23 anos, branco, auxiliar de enfermagem, procedente de Presidente Prudente‐ SP, sem comorbidades prévias, procurou o Pronto Socorro de um Hospital do interior do Estado de São Paulo no dia 24 de junho de 2020 com queixa de febre há 3 dias, sem outras queixas. Por ser colaborador da instituição de saúde, foi colhido SWAB de nasofaringe para detecção do vírus SARS‐CoV2, com resultado positivo. Paciente evoluiu com melhora clínica, sem necessidade de internação hospitalar. Terminado o isolamento social, manteve‐se assintomático. O mesmo, retorna dia 06 de agosto de 2020, 43 dias após o primeiro teste, relatando anosmia e ageusia, odinofagia e dispneia há 6 dias, sendo realizado tomografia computadorizada de tórax que evidenciou opacidades em vidro fosco acometendo 50% do parênquima pulmonar. Foi realizado novo SWAB de nasofaringe por suspeita de reinfecção pelo vírus, resultando em detecção do vírus novamente. Foi também realizado teste rápido, com detecção de anticorpos IgM e IgG para SARS‐CoV2.
Discussão/Conclusão: A hipótese diagnóstica de infecção pelo coronavírus deve ser considerada em pacientes que apresentam febre de início recente e sintomas do trato respiratório, além de sintomas como mialgia, diarreia, anosmia e ageusia, vários destes vistos no caso. O relevante no caso é o fato do paciente ser profissional da área da saúde, trabalhando em enfermaria de pacientes com infeção pelo vírus SARS‐CoV‐2, visto que o risco de transmissão de um indivíduo infectado por SARS‐CoV‐2 varia de acordo com o tipo e duração da exposição, e no caso a suspeita de reinfecção pode estar relacionada à exposição. Cabe destacar, a detecção do RNA do vírus SARS‐CoV‐2 através do método de SWAB de nasofaringe, em duas amostras isoladas com intervalo de 43 dias, com a alta confiabilidade deste teste diagnóstico. A detecção de anticorpos IgM na segunda manifestação sintomática do paciente, reforça a suspeita. Além da apresentação clínica do paciente. Este relato tem como finalidade assistir sobre a possibilidade de reinfecção pelo novo coronavírus.