XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA meningite é caracterizada por uma inflamação das meninges que revestem o sistema nervoso central. Possui etiologias diversas, sendo a asséptica, as virais e as bacterianas as mais prevalentes. Os agentes etiológicos mais comuns são N. meningitidis, S. pneumoniae e enterovírus não pólio, tendo sua transmissão pelo contato próximo com o portador ou direto com as secreções infectadas. Seu quadro clínico independe da etiologia e é composto por cefaléia, febre, náusea, rash cutâneo, petéquias, alteração do estado de consciência, rigidez nucal e sinal de Kernig e/ou Brudzinski. A evolução do quadro é rápida e pode levar a óbito dentro de 24 a 48 horas desde o surgimento dos primeiros sintomas, principalmente em meningites bacterianas. Devido a sua relevância, os casos suspeitos ou confirmados são de notificação compulsória e de investigação obrigatória no Brasil. O presente estudo visa analisar as taxas de letalidade (TL) da meningite no Nordeste (NE) brasileiro no período de 2019 a 2022.
MétodosTrata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa, com procedimento documental de dados secundários, a partir da base de dados do Ministério da Saúde (DATASUS), Doenças e Agravos de Notificação – 2007 em diante (SINAN), avaliando o número de notificações da doença por Unidade federativa (UF) e a evolução para óbitos por agravo da doença em cada UF que notificou, utilizando os filtros: mês de notificação, UF de notificação e região de notificação entre os anos de 2019 a 2022. A taxa de letalidade foi calculada dividindo o número de óbitos pelo total de acometidos.
ResultadosDentro do período analisado, a região NE foi a terceira colocada em número de casos com um total de 6813 notificações. Os estados de Pernambuco (PE), Ceará (CE) e Bahia (BA) apresentaram os maiores números absolutos de casos (PE: 2359; CE: 1338; BA: 1182). Já os menores números de casos de meningite foram registrados nos estados de Sergipe (SE) e Paraíba (PB) (SE: 133; PB: 167). As maiores TL foram registradas no Maranhão (MA), Paraíba (PB) e Sergipe (SE), sendo a do MA a maior delas (MA: 29,40%; PB: 29,34%; SE: 27,82%), já as menores TL são encontradas em Pernambuco (PE), Ceará (CE) e Rio Grande do Norte (RN) (PE: 4,92%; CE: 9,57%; RN: 13,10%), sendo a menor a TL de PE.
ConclusãoDesta forma, observa-se que os estados com maior número absoluto de casos apresentam as menores TL da região, enquanto os estados com menor número absoluto de casos revelaram TL maiores.