Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 5 ‐ Horário: 14:12‐14:17 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O uso racional de antibióticos para o tratamento de infecções comunitárias simples se tornou uma prioridade mundial e políticas locais de racionalização e controle de antimicrobianos são prioritárias, em todo mundo, para reduzir o aumento expressivo da resistência bacteriana. Dessa forma, intervenções para melhorar o uso de antibióticos em síndromes clínicas específicas são necessárias para aprimorar a prescrição de antibióticos nesse contexto.
Objetivo: Avaliar as prescrições de antibiótico para infecção do trato urinário (ITU) em mulheres jovens (cistite), infecção de pele e partes moles não complicadas e pneumonias comunitárias, atendidas no Pronto‐Socorro.
Metodologia: Foram auditadas, de setembro a dezembro de 2017, pelo infectologista e farmacêutico clínico as prescrições de antibióticos para as três síndromes clínicas infecciosas mais comuns observadas no Pronto‐Socorro de um hospital privado na cidade de São Paulo.
Resultado: Os achados são compatíveis com a boa qualidade do atendimento prestado, com alguns pontos de melhoria a serem considerados para o futuro. Com relação ao tratamento de cistites em mulheres jovens (18‐40 anos), encontramos o maior número de prescrições parcialmente adequadas (82%). O excesso em dias de prescrição de antibióticos nessa população é um problema mundialmente reconhecido. Nos tratamentos de infecções de pele e partes moles não complicadas, encontramos alto índice de prescrições consideradas como adequadas (80%). Encorajamos o uso de cefalosporinas ou Bactrim® para o tratamento dessas infecções. Para os tratamentos de pneumonia comunitária, encontramos alto índice de prescrições consideradas adequadas (79%) de acordo com protocolos institucionais.
Discussão/conclusão: Para o tratamento de cistites em mulheres jovens, todas as diretrizes internacionais incentivam evitar a prescrição de quinolonas como primeira linha de tratamento, por elevada resistência local (12% em nosso serviço) e a existência de drogas opcionais com menos efeitos adversos. Além disso, o uso de sete dias de ciprofloxacino deveria ser reservado para quadros de pielonefrite, três dias de ciprofloxacino são suficientes para o tratamento de ITU não complicadas. Nos tratamentos de infecções de pele e partes moles não complicadas, reforçamos que o uso de ciprofloxacino para tratamento desse tipo de infecção em monoterapia é considerado inadequado, pois apresenta cobertura inferior para agentes de pele.