Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 5 ‐ Horário: 14:05‐14:10 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Um dos fatores de uso inadequado de antimicrobianos que mais contribuem para a pressão seletiva à resistência e superinfecções é o tempo de uso de antibióticos. Contribui para tanto o conceito arraigado nos médicos em geral do “curso” do antibiótico, com tempos fixos, em que pese hoje completamente arbitrários. A adoção de Programas de Prontuários Eletrônicos e a inércia na simples repetição acrítica da prescrição também contribuem decisivamente para o uso indiscriminado de antibióticos.
Objetivo: Descrever os resultados iniciais da implantação de Regras de Interrupção Automática de Antimicrobianos no contexto de um Programa de Stewardship de Antibióticos.
Metodologia: Monitoramento diário a partir da Farmácia Central da primeira dose de antibiótico fornecido com interrupção automática pelo farmacêutico clínico do fornecimento em 24 horas nas profilaxias e no sétimo dia das demais terapias, faculta‐se ao time médico do Stewardship (CCIH e hospitalistas) a extensão por períodos mais longos e ao médico assistente a imediata extensão, se justificada, quando no prazo da suspensão automática.
Resultado: Em pouco mais de 15 dias o farmacêutico clínico monitorou as condições evolutivas favoráveis em 130 prescrições de antibióticos. Desses, 69 levaram à suspensão, 78,26% (n=54) pela farmácia. As classes de antimicrobianos mais interrompidas foram cefalosporinas de 3ª geração (24,07%) e inibidores de betalactamases (22,22%).O setor que mais apresentou interrupções foi enfermaria adulto (40,75%). A média diária de antibióticos que chegaram ao 8° dia foi de 7,64 e a média de interrupção por dia foi de 3,17. Nas áreas críticas não ocorreu interrupção, pois o farmacêutico clínico discute com o diarista a continuidade ou não do tratamento.
Discussão/conclusão: Observou‐se que a intervenção foi relevante na interrupção do uso desnecessário de antibióticos sem que seja reportado prejuízo clínico aos pacientes ou qualquer problema junto aos prescritores. Sobretudo para as enfermarias e classes de antimicrobianos que podem induzir resistência essa ação é estratégica e deve ser fortalecida. A visita diária do time de Stewardship e a interação com a Farmácia Clínica mostram‐se essenciais nas unidades críticas e contribuíram para o uso racional. O diálogo e ferramentas para extensão da terapia devem estar presentes para preservar a autonomia e segurança dos profissionais e pacientes.