Ag. Financiadora: Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec)
N°. Processo: 2892
Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 6 ‐ Horário: 13:30‐13:35 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A Leishmania é um parasita intracelular obrigatório e assim que inoculada na pele pelo flebotomíneo é ingerida principalmente pelos macrófagos, além de neutrófilos e células dendríticas. O componente C3 do sistema complemento colabora para esse processo, promove a opsonização do parasita através do C3b e a estimulação do processo inflamatório através do C3a, entretanto não foram encontrados estudos que avaliaram os níveis constitutivos de C3 de pacientes com leishmaniose visceral.
Objetivo: Dosar o componente C3 em pacientes com leishmaniose visceral tratada e verificar se seus níveis constitutivos influenciaram na apresentação clínica e resposta de fase aguda da leishmaniose visceral.
Metodologia: Foram analisados 24 pacientes com leishmaniose visceral tratada. O componente C3 foi dosado pela técnica de imunodifusão radial simples e os dados clínicos e laboratoriais obtidos de prontuários.
Resultado: Nossos resultados demonstraram que os pacientes com leishmaniose visceral tratada se dividiram em três grupos com relação à quantidade de C3 (abaixo, normal e acima dos valores de referência) e que os pacientes com maiores níveis constitutivos do componente C3 apresentam maiores níveis de proteínas totais no início da infecção.
Discussão/conclusão: A opsonização da Leishmania por C3b e C3bi (inativo) facilita a fagocitose mediada pelos receptores CR1 e CR3, promove a sobrevivência do parasita, pois não desencadeia o estresse oxidativo, assim como o neutrófilo está envolvido no modelo do Cavalo de Troia, que consiste na infecção de macrófagos através da fagocitose de neutrófilos apoptóticos infectados, processo que não induz a ativação clássica do macrófago e eliminação do parasita. Dessa forma, sugerimos que o componente C3 seja avaliado no início do processo infeccioso e seus níveis acompanhados durante o tratamento da leishmaniose visceral e correlacionados com a evolução clínica e a resposta ao tratamento. Assim, teremos mais informações para responder a seguinte pergunta: “Pacientes com leishmaniose visceral que apresentam altos níveis de C3 estão mais predispostos à disseminação do parasita?”