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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐174
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SÍNDROME DE HIPERINFECÇÃO E DISSEMINAÇÃO POR STRONGILOIDES STERCORALIS EM PACIENTE COM AIDS: RELATO DE CASO DE 2 CASOS
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Leticia Verona Martinis Costa, Amanda Takenaka, Marli Sasaki, Marcella Gansalez Rolim, Ana Flávia Forato Pereira, Durval Alex Gomes e Costa, Luiz Gonzaga Zanella
Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A estrongiloidíase é uma parasitose intestinal de difícil diagnóstico, causada pelo Strongyloides stercoralis. Sua ocorrência é universal, com maior prevalência nos trópicos. A sintomatologia vai de quadro abdominal leve a moderado até assintomático. Em imunodeprimidos pode manifestar‐se com elevada carga parasitária, levando à hiperinfecção, disseminação e morte

Objetivo: Relatar 2 casos de AIDS que evoluíram com hiperinfecção e disseminação após corticoterapia para pneumocistose

Metodologia: Dados de prontuário

Resultados: Caso1. JS, 47 anos, masculino, internado por tosse crônica, emagrecimento e febre há dois meses. Durante a internação teve diagnóstico de HIV, e linfóticos T CD4 16/mm3. Introduzido empiricamente sulfametoxazol‐trimetoprim associado à corticoterapia. Evoluiu com placas urticariformes em tronco e extremidades, considerada inicialmente reação à medicação. Evoluiu com melena, e EDA evidenciou bulboduodenite, cujas biópsias identificaram S stercoralis, assim como o protoparasitologico de fezes. Tratado com ivermectina com resolução dos sintomas. Caso 2. RS, 71 anos, masculino. Sorologia HIV positiva desde 2014, história de má adesão à terapia antirretroviral, linfócitos T CD4 28/mm3 e PCR HIV 1.604.068 cópias/mL. Deu entrada pelo PS com perda de 15kg nos últimos 3 meses, e sangue nas fezes associada a prostração há 4 dias. Colonoscopia mostrou mucosa de retossigmoide friável. Evoluiu com dessaturação e IRpA progressivos, CT de tórax mostrava opacidades em vidro fosco com acometimento maior que 50%. Apresentou choque séptico de provável foco pulmonar. Introduzido empiricamente piperacilina/tazobactan, sulfametoxazol/trimetroprim associado a metilprednisolona, e RIPE. Colhido aspirado traqueal para pesquisa BAAR, PCR P jirovecii, e PCR SARS‐COV‐2, todos negativos. Observadas lesões purpúricas periumbilicais, a seguir laboratório informa presença de larvas de Strongiloides estercoralis no aspirado traqueal, quando foi introduzido ivermectina. Doze horas após apresentou parada cardiorespiratória em AESP por hemoptise em grande quantidade, o que resultou no óbito.

Discussão/Conclusão: Nos pacientes imunocomdeprimidos a infecção pelo S stercoralis pode promover quadros graves, com disseminação, e mortalidade de até 80%. O corticóide foi o fator agravante da doença, produzindo hiperinfecção com bulboduodenite e disseminação com acometimento cutâneo. Esse grupo apresenta maior risco de hiperinfecção/disseminação, sendo recomendável a investigação clínica e laboratorial previa à corticoterapia.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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