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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐246
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SÍFILIS EM GESTANTES NO NORDESTE DO BRASIL: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS NO PERÍODO DE 2010 E 2019
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João Lúcio de Morais Gomes Netto, Anderson Peixoto da Silva, Eduardo Bezerra Medeiros, Mariana Medeiros D.S. Rodrigue, Ana Kariny Feitosa de Carvalho, Valquíria de Lima Soares
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), Maceió, AL, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A sífilis, infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, é ainda um grave problema de saúde pública, apesar de facilmente diagnosticada e tratada. A doença tem diferentes estágios e manifestações, desde cancro duro e lesões cutâneo‐mucosas até danos neurológicos. No Nordeste do Brasil, o número de gestantes com sífilis é expressivo, sendo uma das complicações a transmissão vertical, ocorrendo em até 80% dos casos de gestantes não tratadas, levando a casos de sífilis congênita.

Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico da sífilis em gestantes, no Nordeste do Brasil entre 2010 e 2019.

Metodologia: Foram coletados dados epidemiológicos da Sífilis em gestantes do Nordeste no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), por meio de acesso ao DATASUS, com o recorte de 10 anos, utilizando as variáveis registradas: faixa etária, escolaridade, raça/cor, realização de pré‐natal, idade gestacional, classificação clínica, e tratamento. Posto isso, os dados foram comparados com a literatura para analisar o padrão epidemiológico.

Resultados: Entre 2010 e 2019, foram registrados 60.659 casos de sífilis em gestantes no Nordeste (20,4% dos casos nacionais), sendo a segunda região mais acometida, depois do Sudeste. Houve aumentos progressivos anuais até 2018, ano de maior número de casos (14.705), mas, em 2019, ocorreu uma queda de 61,5% em relação a 2018. O grupo mais afetado foi dos 20‐29 anos (51,4%), sendo o nível de escolaridade, no geral, baixo, com 56,3% sem ensino médio completo e a raça/cor da maioria era parda (66,9%). Realizaram o pré‐natal 62,7% das gestantes, mas a maioria dos diagnósticos ocorreu no 3° trimestre de gestação (37,6%). O estágio predominante foi a sífilis primária (32,4%) e o tratamento da maioria dos casos foi com penicilina.

Discussão/Conclusão: Ao comparar com a literatura nacional, notou‐se semelhança aos dados de estudos referentes a outros locais, exceto em relação ao diagnóstico no 3o trimestre de gestação, pois em outros aconteceu no primeiro. Assim, infere‐se que a sífilis gestacional ainda prevalece no Nordeste, pois, mesmo havendo tendência à redução dos casos, com base em 2019, ainda não é possível confirmar uma estabilidade no número de casos. Como na região, os diagnósticos foram mais tardios, levando à hipótese de falha no pré‐natal, esse estudo contribui na compreensão desta informação epidemiológica e sinaliza para a necessidade de melhores medidas de controle e prevenção desse agravo no Nordeste, focadas no acesso e melhoria do pré‐natal.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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