Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 2 ‐ Horário: 14:05‐14:10 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: DAAs estão mundialmente consolidadas no tratamento da hepatite C, dadas as substanciais evidências de segurança, tolerabilidade e efetividade dessas medicações. No Brasil, a introdução relativamente recente, aliada a políticas de saúde ainda restritivas, tem limitado a experiência nacional com tais drogas, contudo resultados preliminares dessa implantação são bastante promissores.
Objetivo: Descrever o perfil de pacientes submetidos à terapia com DAAs e a segurança e efetividade dessas drogas.
Metodologia: Estudo transversal que incluiu pacientes submetidos à terapia com DAAs de janeiro de 2016 a dezembro de 2017.
Resultado: De 251 pacientes tratados, aproximadamente 70% eram homens, com média de 53 anos; 115 eram experimentados, 113 em terapia dupla e 14 em terapia tripla. Aproximadamente 34% eram coinfectados HIV com CD4 médio de 676 céls/ml, 87,2% exibiam carga viral indetectável e 58,1% usavam ITRN+IP. Predominantemente, apresentavam genótipo 1 (70,5%) e 3 (26,7%) e carga viral>500.000 UI/ml (60,6%); 106 pacientes eram cirróticos, majoritariamente Child‐Pugh A (85) e com Meld<15 (96), 49 apresentavam evidências endoscópicas de hipertensão portal e 14 descompensação hepática prévia. Aproximadamente 90% dos pacientes receberam terapia composta por Sofosbuvir + Daclatasvir + Ribavirina por 12 semanas. Ocorreram apenas 12 suspensões precoces de tratamento, quatro por uso inadequado das medicações. Aproximadamente 80% dos pacientes cursaram com eventos adversos considerados graves em 21 situações, 11 episódios foram de descompensação hepática. Anemia foi deflagrada em 44,6% dos pacientes, todos em uso de ribavirina, com nadir médio de hemoglobina de 10,9mg/dl para mulheres e 11,8mg/dl para homens. Redução da dose de ribavirina e hemotransfusão foram necessárias em 73 e quatro casos, respectivamente. Oito pacientes demandaram hospitalização e três evoluíram a óbito (um em semana 6 de DAAs por EPS). Até a presente análise, 230 pacientes apresentaram RVS, 12 não concluíram avaliação de resposta virológica (inclusive três óbitos e duas respostas de fim de tratamento) e nove evoluíram em falha terapêutica. A taxa efetiva de RVS (excluídas as perdas) foi de 96%.
Discussão/conclusão: DAAs se mostraram seguras e efetivas na população avaliada, a despeito da elevada prevalência de fatores anteriormente considerados maus preditores de resposta virológica, reproduziram achados de estudos análogos de vida real nacionais e internacionais.