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Vol. 28. Issue S1.
IV Congresso Goiano de Infectologia
(July 2024)
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Vol. 28. Issue S1.
IV Congresso Goiano de Infectologia
(July 2024)
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RELATO DE CASO: MANEJO E TRATAMENTO DE ACIDENTE OFÍDICO COM EVOLUÇÃO PARA SÍNDROME COMPARTIMENTAL
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Nara de Melo Mesquita e Siqueira, Marcela Costa de Almeida Silva, Luisa Miranda Zafalão, Sales José Lopes Gonçalves Rosa, Bárbara Gomes, Regyane Ferreira Guimarães Dias, Hélio Ranes de Menezes Filho
Universidade Federal de Jataí, Jataí, GO, Brasil
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Vol. 28. Issue S1

IV Congresso Goiano de Infectologia

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Introdução

A OMS classifica os acidentes ofídicos como doenças negligenciadas. No Brasil, os acidentes com serpentes são classificados em quatro tipos principais: botrópico, crotálico, laquético e elapídico, sendo o primeiro tipo o mais comum no país. A síndrome compartimental (SC) é tida como uma das complicações mais temidas.

Relato de caso

Paciente masculino, 31 anos, lavrador, foi admitido em hospital da região sudoeste de Goiás em 20/11/2023, com relato de picada de cobra de espécie não identificada em membro inferior esquerdo (MIE) há mais de 6 horas. Apresentava confusão mental, dor intensa em MIE, cianose e edema importante em pé esquerdo, com orifício de inoculação. Ao exame neurológico, apresentava pupilas isocóricas e fotorreagentes, sem ptose ou outros sinais. Realizados exames laboratoriais, dentre os quais o TAP com resultado de ausência de coagulação em 180 segundos, o TTPA de 41,50 segundos, a creatinina elevada de 1,65mg/dL, CPK de 1.547 UI/L e teste para COVID-19 negativo, além do monitoramento da glicemia e do débito urinário. Iniciou-se antibioticoterapia (ceftriaxona 1g, 12/12h e clindamicina 600mg, 6/6h) e soros antibotrópico (10 ampolas) e anticrotálico (6 ampolas). Após algumas horas, o paciente evoluiu com SC em MIE e foi realizada a fasciotomia medial e lateral no membro, sem intercorrências, com posterior realização de debridamento de tecidos desvitalizados. Ao ecodoppler venoso de membros inferiores, não foi evidenciada trombose venosa profunda (TVP). No terceiro dia pós-operatório (PO), o paciente apresentou sangramento importante no membro afetado, sendo realizada hemotransfusão por critérios clínicos e laboratoriais. No quarto dia de PO, foi feita a revisão cirúrgica sem intercorrência. Manteve-se a antibioticoterapia e a avaliação diária da lesão. No décimo primeiro dia de PO de fasciotomia em MIE, paciente apresentou musculatura com bom aspecto, sem secreção purulenta e melhora importante do edema, da mobilidade e da sensibilidade do membro afetado, sendo realizada a alta hospitalar com antibioticoterapia (ciprofloxacino 500mg 12/12h por 7 dias) e orientações gerais. Paciente apresentou boa evolução nos retornos.

Conclusão

Nesse sentido, é notório que o acidente ofídico constitui-se como uma emergência com necessidade de rápido diagnóstico e tratamento, devido à sua morbidade. Assim, evidencia-se a relevância da agilidade em aventar a hipótese diagnóstica de síndrome compartimental e realizar o tratamento precoce.

Palavras-chave:
Acidente Ofídico
Síndrome Compartimental
Doenças Negligenciadas
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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