IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoAnimais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e possuem algum aparato para injetá-la em presas ou predadores. Os principais animais peçonhentos que causam acidentes no Brasil são algumas espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas e outros. As toxinas, em quantidades relevantes, causam lesões fisiopatológicas e podem ser letais.
ObjetivosAnalisar e descrever a epidemiologia dos acidentes por animais peçonhentos nos últimos 5 anos no estado de Goiás.
MétodosEste é um estudo epidemiológico descritivo, realizado em março de 2024, em que se obteve suas informações ao consultar a base de dados que é fornecida pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS) por meio da ferramenta TABNET. A pesquisa focou nas informações das notificações de indivíduos que foram vítimas de acidente por animal peçonhento em Goiás, abrangendo o período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. A análise estatística descritiva foi conduzida utilizando o software Microsoft Excel® 2016. O estudo em questão dispensa a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa pois é fundamentado em dados de acesso livre.
ResultadosEntre 2018 e 2022, obteve-se o total de 40.722 notificações por animais peçonhentos no estado de Goiás, destes, 61% (24662) foi por escorpião, seguido por acidente com serpentes 15% (5917), Aranha 8% (3420), outros 8% (3143), Abelha 6% (2334), Ignorado/Em branco 2% (650) e Lagarta 1% (596). Os dados indicam que 2022 corresponde ao ano com o maior número de acidentes (9302) e também o ano com o maior número de óbitos (20). Quanto à classificação dos casos, 82% foi classificado como leve, 13% (5232) como moderado, 3% como Ignorado/Em branco e 2% como grave. No que diz respeito à evolução de todos os casos notificados, 37.900 evoluíram com cura e cerca de 63 evoluíram com óbito pelo agravo notificado. Durante o período estudado, observou-se que 56% dos indivíduos (22826) levou até 1 hora para chegar ao atendimento hospitalar, e em 75% dos casos notificados não foi necessário fazer uso de soroterapia. Ao analisar o perfil dos indivíduos, cerca de 32% (12.861) tinham idade entre 20 e 39 anos, além disso, foi demonstrado que 56% (22.705) era do sexo masculino.
ConclusãoConclui-se que as notificações de acidente por animais peçonhentos ainda possuem um número significativo. É importante destacar que no período estudado houve um aumento de casos notificados e de óbitos. Além disso, observou-se que no período estudado, o acidente mais prevalente se deu por picada de Escorpião e o sexo masculino foi o mais acometido.