A Dengue é a arbovirose urbana de maior prevalência nas Américas, incluindo o Brasil, sendo uma importante suspeita em pacientes que apresentam quadro febril agudo. Sua ocorrência é ampla, atingindo principalmente os países tropicais e subtropicais, onde as condições climáticas e ambientais favorecem o desenvolvimento e a proliferação dos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, as evidências científicas, até o momento, comprovam que a transmissão do DENV ao ser humano ocorre pela picada de fêmeas infectadas da espécie Aedes aegypti (CONSOLI; OLIVEIRA, 1994; LOPES et al., 2014). No curso da doença – em geral debilitante e autolimitada –, a maioria dos pacientes apresenta evolução clínica benigna e se recupera. No entanto, uma parte pode evoluir para formas graves, inclusive óbitos (BRASIL, 2016). O ano de 2024 pode se registrar o pior momento da história da Dengue nas Américas segundo dados da OPA.

Este estudo tem como objetivo analisar os dados epidemiológicos referentes aos casos de Dengue em um hospital geral de médio porte na cidade de Anápolis -GO.

A metodologia utilizada foi de abordagem descritiva, de método quantitativo. A análise foi realizada por meio da avaliação das fichas de notificação compulsória (SINAN) do agravo Dengue e dos resultados sorológicos e de biologia molecular (LACEN-GO) entre os meses de janeiro e março de 2024, dos casos atendidos no Hospital de Urgências de Anápolis.

Nos resultados obtidos neste estudo, destaca-se que durante os três meses avaliados, obteve-se um total de 286 casos notificados de Dengue, sendo o mês de março o de maior incidência, tendo em vista o aumento na curva das doenças por todo o estado de Goiás. Após uma análise das fichas de notificação e dos resultados obtidos laboratorialmente (LACEN - GO), evidenciou-se o critério de confirmação/ descarte de pacientes testados para dengue, com resultados: reagentes (34,6%), não reagentes (12,6%), clínico-epidemiológico (47,5%) e no mês de março exclusivamente casos ainda em investigação (5,3%). Dando sequência ao perfil epidemiológico dos indivíduos notificados para dengue, nota-se que em todos os meses o sexo feminino é o mais notificado, ou seja, as mulheres equivalem a 53,5% das notificações realizadas. Na análise da faixa etária dos indivíduos notificados, os adultos (20-49 anos), com 68% do total das notificações. Por fim, analisou-se também que a prevalência do sorotipo DENV -2 foi maior, tanto nos pacientes internados e quanto nos que evoluíram a óbito.

Em face ao estudo realizado, percebe-se que dentre os três meses avaliados, o mês de março é o de maior incidência em relação ao total de notificações, sendo as mulheres adultas o público mais atingido. O sorotipo DENV – 2 (cosmopolitan) é o de maior prevalência dentre os pacientes atendidos que apresentaram maior gravidade. E, por fim obteve-se um total de 06 óbitos confirmados por Dengue, sendo 03 sorotipados DENV 2, 01 DENV – 01 e 02 sem sorotipagem.