Journal Information
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐261
Full text access
REATIVAÇÃO DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NA FORMA CUTÂNEA DISSEMINADA EM IMUNOSSUPRIMIDO
Visits
2722
Wdson Luis Lima Kruschewsky, Luiz Felipe Mota Sant Ana, Hugo Pessotti Aborghetti, Ricardo Dal Col Batista, Ricardo Tristão Sá, Aloísio Falqueto
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

More info
Full Text

Introdução: A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença de evolução crônica causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por flebotomíneos. A expressão clínica da LTA abrange as formas cutânea e cutaneomucosa, sendo esta uma reativação a curto ou longo prazo da forma cutânea, que pode ocorrer após um gatilho desequilibrar o balanço imunológico e levar a uma resposta imune modificada aos antígenos da Leishmania.

Objetivo: Descrever um caso de reativação da LTA na forma cutânea disseminada em imunossuprimido.

Metodologia: Feminino, 73 anos, hipertensa, tratada há dois anos para LTA com duas aplicações intralesionais de antimoniato de meglumina. Diagnosticada com leucemia linfocítica crônica (LLC) há um ano, iniciando quimioterapia (QT) com ciclofosfamida e fludarabina. É admitida com história de dois dias após o término da terceira sessão de QT, surgimento simultâneo de diversas pústulas em face, todas evoluindo em cerca de trinta dias para úlceras indolores, bem delimitadas e de fundo limpo. Ao exame físico, apresenta ainda lesão infiltrativa em área lateral esquerda de dorso da língua. Pesquisa direta e imunohistoquímica de biópsia de pele supralabial exibindo estruturas compatíveis com formas amastigotas de Leishmania. A paciente recebeu anfotericina B lipossomal (dose acumulada de 3100mg), apresentando regressão das lesões, a exceção das localizadas em região supralabial e língua. Em acompanhamento ambulatorial, foi prescrito fluconazol 450mg/dia por quatro meses, evoluindo com cicatrização das lesões remanescentes.

Discussão/Conclusão: A LTA é uma protozoose capaz de permanecer latente por longo período, até que, de modo oportunista, seja reativada por desequilíbrio entre o sistema imune do paciente e a patogenicidade do agente agressor. O caso abordado sugere que a LTA é passível de reativação, inclusive em local diverso da lesão primária, em pacientes submetidos a tratamento imunossupressor. Nele, atribuímos a reativação em questão à administração de ciclofosfamida e de fludarabina em sessões de QT, uma vez que a toxicidade sistêmica desses medicamentos é capaz de provocar neutropenia decorrente da supressão da medula óssea. Importante ressaltar a possibilidade do uso do fluconazol como coadjuvante no tratamento da LTA em situações específicas como a deste relato. Diagnosticada a LTA, é crucial o acompanhamento da doença, sobretudo em imunossuprimidos, pois ela pode voltar a produzir manifestações em situações aparentemente encerradas.

Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools