12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Os novos antimicrobianos (NAs), ceftazidima+avibactam e ceftolozano+tazobactam, se mostraram eficazes e seguros no tratamento de infecções causadas por bactérias multi resistentes. Algumas reações adversas (RAs) foram descritas nos estudos clínicos desses NAs. No entanto, o monitoramento pós comercialização, através da farmacovigilância é fundamental para identificar RAs não descritas.
Objetivo: Descrever as reações adversas e identificar fatores clínicos que contribuíram para maior incidência de reações adversas ao uso dos novos antimicrobianos.
Metodologia: Estudo analítico retrospectivo das RAs ao uso dos NAs identificadas em prontuários dos pacientes de janeiro/2019 a janeiro/2020. Os pacientes foram identificados através de relatório de uso dos NAs. Foram analisados os registros em prontuário da equipe multidisciplinar. As suspeitas de RAs foram classificadas conforme causalidade e gravidade. A relação simples entre RAs e as características clínicas dos pacientes foram investigadas através do Mann Whitney para as variáveis numéricas e Exato de Fischer para categóricas.
Resultados: Foram analisados 18 pacientes, destes, 66% homens, 77% brancos, mediana de idade 59 anos (20‐94), IMC 27 (17‐40). Todos os pacientes possuíam comorbidades, sendo que 50% apresentavam três ou mais. 72% dos pacientes apresentaram reação adversa aos NAs, sendo 19% distúrbios eletrolíticos, 15% diarreia e 8% náusea. Das n=26 RAs identificadas, 85% classificadas como possível, 12% duvidosa e 3% provável. Quanto à gravidade, 69% leve e 31% moderada. Nenhum tratamento foi interrompido devido às RAs. Não identificada significância estatística na relação entre a presença de RAs e idade (p=0,566), sexo (p=0,615), IMC (p=0,477), número de comorbidades (p=0,261), disfunção renal (p=1,000), tempo de tratamento (p=0,566).
Discussão/Conclusão: As RAs identificadas neste estudo são similares às descritas na literatura. A maioria das RAs foram consideradas leves e toleráveis, sem interrupção dos tratamentos, corroborando com a segurança evidenciadas nos estudos. Pacientes idosos, disfunção renal e tempo de tratamento, estão relacionados à maior incidência as RAs. Neste estudo, não foi identificado relação estatisticamente significativa, provavelmente, pelo número de participantes. Conclui‐se que as RAs identificadas, possivelmente estavam relacionadas ao uso dos NAs, foram leves e toleráveis, sendo distúrbios eletrolíticos e diarreia as mais comuns. Não foi identificados fatores que aumentaram a incidência de reação adversa aos novos antimicrobianos.