Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 3 ‐ Horário: 13:44‐13:49 ‐ Forma de Apresentação: e‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A sepse continua como principal causa de letalidade em pacientes com neoplasias hematológicas, chega a uma taxa de 60% em até seis meses. Apesar da relevância, poucos estudos analisaram o impacto da sepse nessa população.
Objetivo: Avaliar os fatores de risco para letalidade por sepse e choque séptico em pacientes com doenças onco‐hematológicas.
Metodologia: Estudo de coorte histórico, feito no HTEJZ, serviço de referência em pacientes onco‐hematológicos em São Paulo, administrado por uma organização social de saúde (OSS), Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Incluídos consecutivamente pacientes com diagnóstico de sepse de agosto de 2013 a julho de 2016. O acompanhamento dos pacientes foi por 30 dias. Como o modelo tinha diversas variáveis, usou‐se o método de seleção Stepwise backward segundo critério de Akaike (AIC). Os dados foram analisados com estatística descritiva e inferencial, com intervalo de significância de 95%, com o auxílio do software R 3.3.3 (R Core Team, 2016). E os testes consideraram nível de significância de 5%.
Resultado: Foram incluídos 113 pacientes com sepse e choque séptico. A proporção do sexo masculino foi de 54,9% e a média em anos de 59,7. Os diagnósticos hematológicos mais frequentes: leucemias agudas 31,0%; mieloma múltiplo 26,5% e linfomas 21,2%. No transplante de medula óssea (TMO), predominaram os autólogos (85,8%). A proporção de sepse foi de 52,2% e choque séptico de 47,8%. Os principais focos infecciosos foram pneumonia (32,7%), ICS (30,1%), sem foco (15%) e abdominal (13,3%). Os sinais clínicos observados na apresentação da sepse foram taquicardia (90,3%), febre (68,1%) e taquipneia (63,7%). Em relação às disfunções orgânicas observadas, foi encontrado Sequential Organ Failure Assessment (Sofa) médio de 7. A hipotensão foi a disfunção mais frequente (85,0%), seguida por hipoxemia (Po2/Fio2<300) em 46,9%, RNC em 29,2%, disfunção renal (28,3%), hiperlactatemia (27,2%), disfunção hepática (19,6%) e coagulopatia (19,5%). Na análise multivariada os fatores relacionados à letalidade foram Sofa (p=0,001), hiperbilirrubinemia (p=0,001) e plaquetopenia (p=0,045). O agente infeccioso foi identificado em 46,9% dos casos, os bacilos gram‐negativos foram os mais frequentes (79,2%). K. pneumoniae foi o principal microrganismo, apresentou resistência aos carbapenêmicos em 61,1% dos casos. A mortalidade geral em 30 dias foi de 49,6% na população. Nos casos de sepse, encontrada taxa de 35,7% e no choque séptico de 64,3%.
Discussão/conclusão: Os fatores de risco para letalidade foram Sofa, hiperbilirrubinemia e plaquetopenia.