Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 3 ‐ Horário: 13:37‐13:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Diversos estudos têm discutido a aplicação dos itens do pacote de medidas do protocolo de sepse e demostram a importância da qualidade do atendimento e redução da letalidade quando existe adesão aos pacotes de medidas do protocolo de sepse.
Objetivo: Avaliar a adesão ao pacote de três horas do tratamento da sepse em pacientes com doença onco‐hematológica e o impacto na mortalidade.
Metodologia: Estudo de coorte histórico, feito no Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini, serviço terciário de referência em pacientes onco‐hematológicos e transplante de medula óssea em São Paulo, administrado por uma organização social de saúde (OSS), Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Foram incluídos consecutivamente pacientes com diagnóstico de sepse e choque séptico de agosto de 2013 a julho de 2016. O acompanhamento dos pacientes foi por 30 dias. Usou‐se o método de seleção Stepwise backward segundo critério de Akaike para análise das variáveis. Os dados foram analisados com estatística descritiva e inferencial, com intervalo de significância de 95%, através do auxílio do software R 3.3.3 (R Core Team, 2016). Os testes consideraram nível de significância de 5%.
Resultado: Foram incluídos 113 pacientes com sepse e choque séptico. A proporção do sexo masculino foi de 54,9% e a média em anos de 59,7. Os diagnósticos hematológicos mais frentes leucemias agudas 31,0%. No transplante de medula óssea (TMO), predominaram os autólogos (85,8%). A proporção de sepse foi de 52,2% e choque séptico de 47,8%. Os principais focos infecciosos foram pneumonia (32,7%), ICS (30,1%), sem foco (15%) e abdominal (13,3%). O agente infeccioso foi identificado em 46,9% dos casos, os bacilos gram‐negativos os mais frequentes (79,2%). K. pneumoniae foi o principal microrganismo, apresentou resistência aos carbapenêmicos em 61,1% dos casos. A letalidade geral em 30 dias foi de 49,6%. Nos casos de sepse, encontrada taxa de 35,7% e no choque séptico de 64,3%. Em relação à adequação ao pacote de três horas, foi feita a coleta de lactato (91,1%), duas amostras de hemoculturas antes do início do antibiótico (82,2%), antimicrobiano na primeira hora (85%) e expansão volêmica dos casos com sinal de hipotensão (84,1%). A adequação a todos os itens do pacote de três horas foi de 73,5%. Na análise univariada foi observada uma tendência de proteção da adequação ao protocolo de sepse (p=0,057) na letalidade e na análise multivariada não encontramos relação com a letalidade.
Discussão/conclusão: A adesão geral ao pacote de três horas foi 73,5% e não encontramos relação com a letalidade na análise multivariada.