O retorno gradual às atividades escolares presenciais no Brasil, no contexto da pandemia de COVID-19, tem sido motivo de preocupação por parte de pais, alunos e funcionários da educação, uma vez que o ambiente escolar pode ser um importante foco de transmissão do coronavírus na falta de planejamento no retorno das atividades, somado à infraestrutura precária e falta de recursos em boa parte das escolas públicas brasileiras. Diante disso, o objetivo deste trabalho é descrever um projeto educacional realizado por estudantes de medicina para funcionários da rede pública de ensino em Nordestina, município de pequeno porte do interior da Bahia.
MétodosO evento foi organizado pela Liga Acadêmica de Infectologia da Bahia (LAIB), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com a presença de uma médica infectologista, como parte do projeto de extensão intitulado “LAIB nas Escolas”. O público-alvo desta etapa foi composto por funcionários da educação pública do município. Primeiramente, foi publicado um formulário nas mídias sociais, previamente à reunião virtual, em que os participantes fizeram perguntas a respeito de medidas preventivas contra a COVID-19. Em seguida, foi realizada uma reunião virtual em que a médica fez uma breve explicação sobre o tema, além de responder às dúvidas dos participantes, no formato de “bate-papo”, em linguagem acessível.
ResultadosO encontro virtual teve adesão de aproximadamente 90 funcionários, com duração de uma hora. Surgiram diversas dúvidas durante o evento, dentre elas: transmissão em assintomáticos, utilização de máscaras, conduta em caso de doença, modo e frequência da higienização do ambiente, como higienizar as mãos, como manter o distanciamento social na sala de aula, como proceder durante a alimentação, medidas preventivas em crianças pequenas, eficácia das vacinas contra COVID-19, logística no transporte escolar, dentre outras. A conversa foi muito bem avaliada pelos participantes, uma vez que eles foram os principais condutores desse processo.
ConclusõesA experiência em questão demonstra que o retorno às atividades escolares presenciais no contexto de pandemia ainda gera muitas dúvidas para os profissionais de educação, sendo fundamental utilizar metodologias dinâmicas, colocando os educadores como participantes ativos do processo de preparo e orientação das medidas sanitárias, a fim de permitir um retorno seguro, preservando a saúde de todos.