12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: De acordo com, a síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), com o passar dos anos, vem assumindo um perfil de cronicidade, dentre as estratégias de prevenção combinadas adotadas no Brasil, a Profilaxia Antirretroviral Pós‐Exposição de Risco (PEP) O PEP se caracteriza como uma urgência médica e, por isso, deve ser iniciado o mais precocemente possível, idealmente nas primeiras 2 horas após a exposição, tendo como limite às 72 horas subsequentes à exposição.
Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico dos usuários da PEP em Juiz de Fora–MG.
Metodologia: Foi realizado um estudo retrospectivo com a avaliação e análise dos prontuários de 184 pacientes que utilizaram o PEP como medida de prevenção à contaminação após exposição sexual consensual no serviço de atendimento especializado (SAE) do departamento de doença sexualmente transmissíveis e AIDS do Município de Juiz de Fora–MG no período de Janeiro de 2015 até Julho de 2017,
Resultados: O perfil epidemiológico verificado corresponde à prevalência de usuários do sexo masculino, totalizando 75%. Já em relação ao estado civil, observou‐se o predomínio importante de “solteiros”. Acerca das ocupações mais frequentes entre os usuários da PEP, os estudantes representam uma parcela importante (23,9%) e a prevalência de níveis de escolaridade avançados (42,9% superior e 40,7% médio). Em relação ao uso de drogas lícitas ou ilícitas, 48,9% dos entrevistados negaram qualquer vício e 36,9% relataram uso associado de álcool. A prática heterossexual foi declarada por 69,5% dos indivíduos, enquanto 26,6% declararam‐se bissexuais. Já o tipo sexual prevalente foi vaginal (71,1%), seguido por anal (14,6%), dos quais a maioria foi receptiva, o que se consolida como uma prática de maior risco de aquisição do HIV. O risco do parceiro era desconhecido por mais de 90% das pessoas, criando‐se a hipótese de que as relações foram eventuais. Apenas 4,8% dos casos tinham conhecimento de que o parceiro era portador de HIV.
Discussão/Conclusão: A despeito do racional da PEP como estratégia de prevenção vários fatores determinam a complexidade da oferta da PEP: ausência de conhecimento prévio dos benefícios e acesso facilitado aos serviços, ausência de uma percepção adequada do risco, dificultando a decisão de buscar a PEP em tempo oportuno. Tais fatores, somados às barreiras existentes no acesso oportuno a serviços de saúde e à necessidade de aconselhamento, testagem anti‐ HIV e estratégias de redução no risco de exposição ao vírus, contribuem para reduzir os benefícios da PEP.