12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A incidência de candidemia nas unidades neonatais vem aumentando nas últimas décadas com elevada morbidade e mortalidade, tornando necessário novos diagnósticos e tratamentos. Na tentativa de reduzir casos de candidemia invasiva, a profilaxia com fluconazol em recém‐nascidos prematuros vem sendo muito discutida nos dias atuais.
Objetivo: Avaliar o uso do fluconazol profilático em recém nascidos de extremo baixo peso (RNEBP) com cultura de vigilância positiva para Candida e sua associação com candidemia invasiva, seus aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos.
Metodologia: Foi realizado um estudo retrospectivo, com análise de prontuário eletrônico, no período de janeiro de 2014 a maio de 2019 em 46 RNEBP (inferior ou igual a 1000g) de um Hospital do interior de São Paulo. Os dados analisados foram culturas de vigilância para Candida, o uso de fluconazol profilático (conforme protocolo da unidade) e sua associação com mortalidade, morbidade, incidência de candidemia invasiva, aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos.
Resultados: A análise bivariada dos fatores de risco ‐ cefalosporinas de terceira geração, antibióticos de terceira geração e o uso de bloqueador de histamina ‐ foram associados ao desenvolvimento de candidemia. Do grupo que recebeu fluconazol profilático, três recém‐nascidos evoluíram com candidemia confirmada e sete evoluíram para candidemia presumida. Não houve candidemia em neonatos não colonizados. O uso profilático de fluconazol não diminuiu mortalidade nos neonatos. A prevalência de candidemia no período foi de 6,5%.
Discussão/Conclusão: A administração profilática de fluconazol para recém‐nascidos não evidenciou redução da mortalidade, aumentou o uso de Anfotericina B Desoxicolato por candidemia presumida e não reduziu incidência de candidemia invasiva na população estudada. Bloqueadores de Histamina, corticóide pós‐natal e antibióticos de amplo espectro foram fortemente associados à candidíase invasiva.