Journal Information
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐370
Full text access
CRIPTOCOCOSE PULMONAR ISOLADA EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE: O DESAFIO DIAGNÓSTICO
Visits
3146
Vanessa Batista de Andrade, Bruno Fonseca Simões, Alessandra S. Pereira Santos
Hospital Beneficente Rio Doce, Linhares, ES, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

More info
Full Text

Introdução: A criptococose é uma infecção fúngica invasiva causada pelo Cryptococcus neoformans ou Cryptococcus gatii. Transmitida pela inalação de basidiósporos ou leveduras, causam desde a colonização pulmonar assintomática até doença disseminada, com predileção pelo sistema nervoso central. A apresentação radiológica pulmonar mais comum são nódulos solitários ou múltiplos, subpleurais e pequenos, enquanto a presença de cavitações é rara.

Objetivo: Relatar caso de criptococoma pulmonar resultando em pneumectomia devido a diagnóstico tardio.

Metodologia: Mulher, 33 anos, agente penitenciária, de São Mateus, iniciou tosse crônica não produtiva em dezembro de 2019, sem outros sintomas associados; com evolução para dispneia em repouso três meses depois. Nega febre, emagrecimento, dor torácica ou tabagismo. Possui rinite alérgica e soronegativa para HIV.

Aos exames, notou‐se estertores crepitantes em todo hemitórax esquerdo com discreto sibilo inspiratório e radiografia de tórax com opacidade perihilar esquerda. Tomografias seriadas mostraram massa espiculada com consolidação perihilar esquerda e medindo 6,2 x 5,9 x 4,1cm3. Fez uso de antibióticos e broncodilatadores–ineficazes ‐ e testes para tuberculose (tuberculínico e escarro) negativos. A broncoscopia com lavado mostrou redução do calibre em 80% do brônquio lobar superior esquerdo, impedindo a passagem do aparelho, sem lesão endobrônquica visível, sugerindo compressão extrínseca. Seguiu com piora da dispneia e dor torácica moderada com irradiação para membro superior esquerdo. Devido a piora progressiva e lavado brônquico inocente, optou‐se por abordagem cirúrgica que evidenciou lesão invasiva de grandes vasos, envolvendo o brônquio principal esquerdo e lobos superior e inferior; sendo realizado pneumectomia esquerda com ligadura vascular intrapericárdica. Evoluiu com recuperação clínica em unidade de terapia intensiva e com biópsia positiva para granuloma pulmonar hialinizante por criptococose pulmonar. Por fim, tratou com Fluconazol 300mg/dia por seis meses, após investigação negativa para neurocriptococose.

Discussão/Conclusão: Embora geralmente ligada a imunossupressão, a criptococose pode causar variadas manifestações em imunocompetentes, simulando desde tuberculose a neoplasias pela ausência de um padrão radiológico característico; o que posterga o diagnóstico e aumenta o risco de sequelas. Logo, destaca‐se a importância de afirmá‐la como diagnóstico diferencial para comorbidades infecciosas, bem como afastá‐la na suspeita ou vigência de malignidades.

Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools