Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) é a colonização de microrganismos e invasão de qualquer estrutura do trato geniturinário. A Infecção Hospitalar é Definida pela Portaria MS n° 2616 de12/05/1998 como “aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares”.

Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes com idade maior que 18 anos, diagnosticados com infecção do trato urinário associado ao uso de SVD relacionado à assistência a saúde, assim como os agentes etiológicos mais frequentes em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de médio porte da cidade de Cuiabá–MT.

Metodologia: Perfil epidemiológico de dados coletados de prontuários do Centro de Controle de Infecção Hospitalar do Pronto Socorro de Cuiabá (HPSMC), entre janeiro de 2017 a dezembro de 2018.

Resultados: Foram internados 27.720 pacientes nas UTIs adultas do HPSMC. Destes, 22.658 pacientes usaram cateter vesical de demora, sendo obtido um N de 144 pessoas com ITU associada à assistência a saúde. Variáveis observadas: Faixa etária: Idade entre 61‐70anos (26,39%), seguido pelas faixas etárias de 31‐40 anos (15,28%) e 41‐50 anos (13,89%); Perfil epidemiológico: Predomínio de fungos (59,03%), sendo a C.albicans a mais prevalente (24,31%); Desfecho: 63,88% evoluíram com óbito e 36,11% tiveram alta.

Discussão/Conclusão: De acordo com estudo realizado na Clínica Cirúrgica de um Hospital Universitário, a maior incidência de ITU foi observada em indivíduos do sexo masculino (68,8%), com média de idade de 63 anos, o que corrobora com os resultados encontrados em nosso estudo. Quanto à etiologia, os fungos são agentes oportunistas, o que leva diferentes possibilidades causais para a infecção, desde passagem pelo meato uretral durante a inserção da sonda, quanto má higiene de funcionários. O artigo de Colombo e Guimarães (2007), afirma que as infecções do trato urinário relacionados ao uso de SVD é precipitada por fatores como técnicas assépticas, imunidade, alterações anatomo‐fisiológicas do hospedeiro. No quesito relacionado ao desfecho, um estudo realizado em Londrina com 146 pacientes, a mortalidade foi observada em 58, 2% dos casos. Foi demonstrado que a infecção do trato urinário ainda é prevalente durante o período de internação em UTI, ressaltando que existem fatores intrínsecos do indivíduo que levam a esse desfecho, assim como fatores extrínsecos a Unidade Hospitalar.