12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Em decorrência da disponibilização à terapia antirretroviral, as pessoas que vivem com HIV apresentam melhor qualidade de vida e aumento da sobrevida, entretanto, quando não há adesão ao tratamento, evoluem para uma grave disfunção imunológica, tornando‐se susceptível as infecções oportunistas e coinfecções.
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de HIV/Aids assim como verificar a prevalência de infecções oportunistas e coinfecção.
Metodologia: Estudo transversal, descritivo. A amostra foi constituída por pessoas com 13 anos ou mais pertencentes a macrorregião norte do estado do Paraná, notificadas com HIV/Aids no Sistema de Informações de Agravos de Notificação, entre janeiro/2009 a dezembro/2019. A macrorregião norte é divida em cinco regionais de saúde: Apucarana, Cornélio Procópio, Ivaiporã, Jacarezinho e Londrina, abrange 97 municípios e 1.819.461 pessoas. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Science. CAAE: 00603718.6.0000.5231.
Resultados: Foram identificados 5161 casos de HIV/Aids em 10 anos de análise, com 61,0% das notificações pertencentes a regional de saúde de Londrina. Houve predomínio de homens (69,9%), brancos (67,9%), com mais de 8 anos de estudo (46,6%) e faixa etária de 14 a 39 anos (63,0%). A categoria de exposição heterossexual concentrou mais da metade das notificações (58,7%). Dentre os critérios definidores de Aids, segundo o Rio de Janeiro/Caracas foram identificados caquexia ou perda de peso maior que 10% (20,2%) e astenia maior ou igual a 1 mês (16,9%), tendo como infecções oportunistas mais prevalentes a candidose oral (9,2%). Quanto critério CDC adaptado, a contagem de linfócitos T CD4+ menor que 350 cel/mm3 totalizou 47,1% dos casos. As infecções oportunistas em ascendência foram toxoplasmose cerebral (3,2%) e pneumonia por pneumocystis carinii (2,4%). Quanto à evolução do caso, 85,4% mantinham vivos; 12,8% foram a óbito por Aids e 1,3% foram a óbito por outras causas.
Discussão/Conclusão: A partir dos dados expostos acima, evidencia‐se que as pessoas que vivem com HIV apresentam consideravelmente, na notificação, contagem de linfócitos T CD4+ menor que 350 cel/mm3, o que representa imunossupressão no momento do diagnóstico e reflete o acesso tardio ao conhecimento do status sorológico. Portanto, é necessário verificar as redes de apoio ao diagnóstico e tratamento precoce, visto que a reconstituição imunológica é de grande importância para o aumento da sobrevida.