12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: As hepatites virais são doenças infecciosas que têm em comum o hepatotropismo viral primário e são um importante problema de saúde pública no mundo. Cinco vírus principais são reconhecidos como agentes etiológicos das hepatites virais humanas: os vírus das hepatites A, B, C, D e E. A maioria dessas infecções são assintomáticas, apresentando uma evolução geralmente benigna, com possibilidade de cronificação nas infecções pelos vírus B e C quando associado a características imunogenéticas predisponentes do hospedeiro.
Objetivo: O presente estudo tem como objetivo definir a prevalência de hepatites virais crônicas em pacientes que fazem acompanhamento e tratamento em ambulatório de doenças infecciosas de hospital regional do sul do Pará.
Metodologia: O estudo foi baseado em análise de banco de dados do ambulatório de infectologia do HRPA no período de janeiro a outubro de 2020.
Resultados: Foram estudados 32 pacientes, dos quais 21 (65,6%) são do sexo feminino, com idade média de 40,5 anos, predominando a hepatite B (90,6%). Observou‐se presença de transaminases elevadas em 13,3% dos pacientes e não foi encontrado elevação de alfafetoproteína ou alteração radiológica do fígado que levasse ao diagnóstico de hepatocarcinoma dentro do grupo analisado. O PCR quantitativo médio foi de 244 e 2.379.429 para os vírus da hepatite B e C respectivamente. Dentre os pacientes com hepatite B, tratamento foi iniciado em 24,1%, sendo alfa‐peg interferon usado em um paciente cujo HBeAg revelou‐se positivo.
Discussão/Conclusão: Uma vez que existem poucos estudos relacionados a epidemiologia na região sul do estado, especificamente no município de Redenção, faz‐se necessário a realização de investigações que revelem o comportamento epidemiológico destas patologias, assim como dos aspectos que a influenciam. Com base nos resultados obtidos, observou‐se o predomínio da infecção crônica pelo vírus da hepatite B, compatível com dados do Ministério da Saúde do Brasil que apontam as regiões com baixo desenvolvimento socioeconômico como sendo as mais afetadas devido à aspectos ambientais, não uso de preservativos nas relações sexuais, somados às más condições de moradia que facilitam a disseminação do VHB nesta população e a incorporação desigual de tecnologia avançada para diagnóstico e tratamento precoces, além do reduzido acesso de educação em saúde.