12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A hepatite B é uma infecção sexualmente transmissível (IST), imunoprevenível, provocada pelo vírus da hepatite B. É uma infecção prevalente em países em desenvolvimento, como o Brasil. A vacinação é fundamental para o controle dessa infecção, podendo ser ofertada em qualquer idade.
Objetivo: Analisar os casos de hepatite B e sua cobertura vacinal no nordeste brasileiro entre 2014 e 2018.
Metodologia: Trata‐se de um estudo descritivo transversal, a partir de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do Ministério da Saúde (MS). A amostra constituiu‐se por casos confirmados de hepatite B e sua cobertura vacinal no Nordeste entre 2014 e 2018.
Resultados: Foram confirmados 8.337 casos de hepatite B no Nordeste entre 2014 e 2018. O maior número de casos foi registrado no sexo masculino, com a maior incidência em 2018 (3,5/100.000 habitantes). Entre 2016 e 2018, houve um aumento da incidência entre mulheres, de 2,7 para 3,2/100.000 habitantes. A incidência total de notificações de hepatite B reduziu entre 2014 e 2015, variando de 3,1/100.000 habitantes para 2,6 em 2015, sendo a maior redução no período estudado. No entanto, entre 2017 e 2018 registrou‐se novo aumento na incidência, com variação de 2,9 para 3,4. O número de casos notificados de hepatite B cresceu progressivamente entre 2015 e 2018, quando atingiu seu pico, representando 22% dos casos novos. Com relação à cobertura vacinal, os anos de 2015 e 2016 obtiveram melhor performance, atingido mais de 95% de cobertura, com 96,77% e 96,04%, respectivamente. No entanto, observa‐se que nos últimos dois anos, apresentou‐se com os menores números, de 81% em 2017 e 89,52% em 2018. A maior redução de vacinação ocorreu entre 2016 e 2017, que foi de 14,52%.
Discussão/Conclusão: Os casos de notificação da hepatite B na região descrita vem crescendo acentuadamente, em contraste com as demais regiões do Brasil. Isso pode estar relacionado com maior estímulo à testagem, disponível na atenção básica de saúde, e com a redução na procura e adesão à vacinação, sendo necessárias políticas públicas que incentivem a prevenção combinada de IST's, com uso de preservativos, vacinação, testagem e tratamento de pacientes com IST's. O aumento do número de casos entre mulheres deve alertar a importância da vacinação e oferta da testagem no pré‐natal devido ao risco de transmissão vertical.