XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoAs pessoas que vivem com HIV diagnosticadas e tratadas em longo prazo podem apresentar uma série de complicações associadas ao seu envelhecimento precoce, incluindo alterações metabólicas, osteoarticulares, cardiovasculares e neoplásicas. O principal objetivo do estudo foi avaliar a ocorrência de comorbidades não relacionadas à aids e típicas do envelhecimento de pessoas que vivem com HIV diagnosticadas há 20 anos ou mais e em uso prolongado de antirretrovirais. Os objetivos específicos foram comparar pessoas com diagnóstico há 20 anos ou mais, em uso prolongado de antirretrovirais com aquelas com diagnóstico mais recente e tempo de tratamento mais curto e com a mesma faixa em relação ao risco de comorbidades, além de estudar a ocorrência de doenças cardiovasculares, metabólicas, ósseas e neoplásicas.
MétodosTratou-se de estudo de coorte retrospectiva, em que foram estudadas 160 pessoas que vivem com HIV, divididas em dois grupos, G1, com 63 pessoas com diagnóstico da infecção pelo HIV há mais de 20 anos e G2, composto por 97 pessoas com diagnóstico da infecção entre dois e cinco anos, atendidos no Serviço de Ambulatórios Especializados de Infectologia Domingos Alves Meira, do complexo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu.
ResultadosCom base nos resultados encontrados, foi possível observar predomínio de risco cardiovascular, dislipidemia e alterações ósseas no G1, quando comparado às variáveis grupos e tempo de tratamento (p < 0,03). Nas associações entre mesma faixa etária no G1 e G2 em relação ao risco das comorbidades estudadas, houve predomínio de alterações metabólicas, nas faixas de 50 a 60 anos e 60 anos ou mais (p < 0,003).
ConclusãoConcluiu-se que houve risco mais elevado de comorbidades associadas a pessoas que vivem com HIV há mais de 20 anos, porém o tempo de tratamento não necessariamente influenciou nesse risco.