12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: FAPESP
Nr. Processo: 2020/02095‐2
Introdução: Há muitas lacunas sobre informações pré e peri natal em gestantes infectadas pelo HTLV‐1.
Objetivo: Descrever características clínicas de gestantes infectadas pelo HTLV‐1 e de seus bebês. Verificar histologia da placenta, carga proviral no sangue periférico, presença do vírus no sangue do cordão umbilical e colostro em amostras destas pacientes.
Metodologia: Três gestantes infectadas por HTLV‐1 acompanhadas no Instituto de Infectologia foram monitoradas. Dados clínicos, amostras de placenta, sangue do cordão umbilical e colostro foram coletados.
Resultados: Duas gestantes tiveram seus bebês por parto cesárea, enquanto a terceira gestante sofreu aborto na 27ª semana de gestação. A idade média foi de 23 anos e a carga proviral do sangue periférico foi de 0‐68. Os bebês nasceram por parto cesárea, com 36 (com trabalho de parto) e 38 semanas de gestação, saudáveis: aspiração, capurro, peso e tamanho normais. Nenhuma das gestantes apresentaram complicações, diabetes gestacional, hipertensão ou manifestação de doença associada ao HTLV‐1. Uma das mães teve VDRL positivo no momento do parto e nao foram encontrados DNA proviral no sangue do cordão, colostro e tampouco alterações estruturais nas placentas ou infiltrado inflamatório. Uma das mães relatou gravidez prévia que resultou em aborto espontâneo.
Discussão/Conclusão: Entendimento dos fatores de risco ou de proteção para a Transmissão intrauteria de HTLV‐1 é fundamental para previnir a infecção congênita. Os bebês devem ser acompanhados para verificar se há soroconversão ou algum impacto na vida destes. Na literatura é relatado um maior número de abortos entre mulheres com HTLV, embora a causa direta ainda não foi demonstrada. Um maior número de gestantes deve ser acompanhado para verificar a eficácia do parto cesárea na prevenção da transmissão vertical do HTLV‐1.