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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐201
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PERICARDITE TUBERCULOSA EM PACIENTE HIV/AIDS: RELATO DE CASO
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Rebeca Christel dos Santos Félix Santana, Bruna Mariana Prenazzi Chaves, Vinícius Pitanga Teles, João Eduardo Andrade Tavares de Aguiar, Renan Santos Cavalcanti, Roberto Meneses de Oliveira, João Paulo Andrade Fonseca, Alex Ricardo Ferreira, Mariana Cunha de Sousa, Jerônimo Gonçalves de Araújo
Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristovão, SE, Brasil
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12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que constitui importante causa de mortalidade no Brasil. A TB pode acometer o pericárdio em 1% a 4% dos diagnosticados, resultando em uma manifestação clínica conhecida como pericardite tuberculosa (PT), que se manifesta na forma de efusão pericárdica ou de pericardite constritiva; quadro de difícil diagnóstico e pouco frequente. A PT relaciona‐se fortemente às patologias da AIDS, possuindo um quadro clínico variável e alta taxa de mortalidade associada à demora dos testes diagnósticos e do tratamento.

Objetivo: Relatar um caso de pericardite constritiva secundária à tuberculose em paciente infectado pelo HIV.

Metodologia: Paciente do sexo masculino, 23 anos, tabagista, com diagnóstico de HIV em fevereiro de 2020 (CD4 221 e CV 221.995), é admitido em setor de Enfermaria de Infectologia em Hospital Universitário com queixa de febre, dispneia, ascite, tosse seca, diarreia, edema generalizado progressivo e perda ponderal de 10kg cerca de 1 mês. Exames pós‐admissionais evidenciaram proteinúria e hematúria em uroanálise e derrame pleural loculado à direita. Foram introduzidos, inicialmente, diurético e restrição hídrica para compensação dos sintomas, mas mantinha febre e demais sintomas. Novos exames demonstraram nefropatia parenquimatosa em ultrassonografia, TRM‐TB em escarro com detecção para Mycobacterium tuberculosis e VDRL 1/128. Após, em ecocardiograma, demonstrou espessamento pericárdico e sinais sugestivos de pericardite constritiva, diagnóstico confirmado pela RNM com visualização do espessamento pericárdico com sinais inflamatórios e de calcificação. Em discussão conjunta com Cardiologia que se tratava de PT, foram iniciados corticoide e tuberculostáticos (RHZE), antirretrovirais na segunda semana (TDF+3TC+EFV), além de Penicilina Cristalina. Paciente evoluiu com melhora clínica, e alta para casa com seguimento ambulatorial. Hoje, apresenta carga viral de 64 cópias em exame de julho do corrente ano.

Discussão/Conclusão: O diagnóstico de PT não é simples na maioria dos casos. Características clínicas e fatores de risco devem ser considerados na avaliação inicial. No caso de pacientes HIV/AIDS, a manifestação clínica mais comum da PT é a efusão pericárdica. Para confirmação, o ecocardiograma corresponde à ferramenta inicial, auxiliada por RNM cardíaca ou TC torácica em casos de alteração. A cultura de escarro, lavado gástrico ou urina deve ser avaliada, visto que TB pulmonar ocorre em 30% dos casos de PT e derrame pleural em 40‐60%.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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