12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A Leishmaniose Visceral Humana (LVH) é uma doença infecciosa não contagiosa transmitida através da picada das fêmeas da espécie Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente como mosquito palha, principal vetor da doença no Brasil. O agente etiológico no território brasileiro é o protozoário Leishmania chagasi (sinonímia de Leishmania infantum). A LVH apresenta ampla distribuição no Nordeste e é considerada uma doença negligenciada por acometer a população mais vulnerável do ponto de vista econômico e com maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico da Leishmaniose Visceral Humana no estado da Paraíba, no período compreendido entre 2008 e 2017.
Metodologia: Trata‐se de uma pesquisa observacional ecológica com uma abordagem descritiva, utilizando dados públicos do site DATASUS sobre os casos de LVH notificados no estado da Paraíba no período citado.
Resultados: No período do estudo foram confirmados 406 casos de LVH no estado da Paraíba, apresentado uma média anual de 40,6 casos. Os principais acometidos foram indivíduos do sexo masculino com 65,52% dos casos, com faixa etária de 0 a 9 anos em 37,93% dos casos (154), da zona urbana com 60,84% dos casos e com baixa escolaridade. A macrorregião III foi responsável por 50,99% dos casos, entre as Regionais de Saúde, a 1° (22,15%) e 9° (14,53%) são as principais responsáveis pelos casos da doença, o município de Cajazeiras (54,23%) apresenta o maior taxa de notificação de LVH da 9° Regional de Saúde, a mortalidade específíca da LVH é de 9,61% e a taxa de coinfecção pelo HIV é de 15,76%.
Discussão/Conclusão: A Leishmaniose Visceral Humana é uma doença endêmica na Paraíba e apresenta perfil epidemiológico parcialmente semelhante na literatura disponível sobre o tema. Podemos perceber a manutenção da doença no estado e sua expansão para a zona urbana acometendo principalmente indivíduos com baixa escolaridade, o sexo masculino e a faixa etária entre 0 e 9 anos, todas as categorias com diferença estatisticamente significativa. A doença continua prevalente na Paraíba, apresenta elevada mortalidade, alto número de coinfecção com o HIV e perfil epidemiológico parcialmente semelhante ao relatado em outras regiões do país.