IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoA dengue é uma arbovirose que tem como principal vetor o mosquito Aedes aegypti e atinge toda população brasileira. Dentre os grupos vulneráveis à doença estão crianças e adolescentes, nos quais foi registrado um aumento expressivo no número de casos das formas graves nos últimos anos pós pandemia de Covid-19.
ObjetivoAnalisar o perfil epidemiológico da dengue hemorrágica em pacientes pediátricos, conforme a delimitação temporal.
MetodologiaEstudo epidemiológico descritivo do tipo Ecológico, com dados disponibilizados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), sobre a epidemiologia das internações por febre hemorrágica pelo vírus da dengue em pacientes menores de 14 anos de idade, no período de 2019-2023. Foram analisadas as variáveis: Internação, Taxa de mortalidade, óbitos e valor médio por internação que ocorreram no período entre 2019-2023, confrontados, posteriormente, com os dados obtidos no primeiro ano e nos 2 anos finais do período observado.
ResultadosNo Brasil entre 2019-2023 foram registradas 2575 internações por febre hemorrágica pelo vírus da dengue em crianças de até 14 anos de idade. A região Nordeste foi a que mais registrou casos (42,9%), seguida da região Sudeste (23,06%), Centro-Oeste (21,39%), Norte (7,33%) e Sul (5,2%). No ano de 2019 (período pré pandemia) foram registradas 802 internações. Nos anos 2020-2021, períodos de maior relevância da crise sanitária, foram registrados 280 e 339 respectivamente. Contudo, nos dois anos seguintes foi observado um aumento das internações, registrando 1.155 casos, correspondente à 44,83% dos registros nos 5 anos analisados. A taxa de mortalidade foi de 1,75% correspondendo a 45 óbitos, entre 2019-2023. No período de 2022-2023, registraram-se 19 óbitos, dos quais 36,8% foram catalogados na região Nordeste. O valor médio por internação foi de R$695,16, variando entre R$474,66 (região Sul) e R$869,44 (região Centro-Oeste).
ConclusãoConclui-se que no ano de 2019, período pré pandemia, os casos de dengue grave na população pediátrica eram consideráveis. Em 2020-2021, durante a pandemia de Covid-19, observou-se uma redução no registro de formas graves da dengue e entre 2022-2023, devido ao fim do caráter emergencial pandêmico, nota-se um aumento da ocorrência de complicações nessa população específica. Isso reflete a necessidade do fortalecimento de medidas profiláticas, bem como a sensibilização da população sobre essa importância.