IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoA malária é uma doença que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do globo terrestre - regiões de países em desenvolvimento. A protozoose é transmitida por meio da picada do mosquito Anopheles infectado pelo Plasmodium spp. No Brasil, as infecções são mais frequentes na região amazônica - em áreas rurais ou indígenas. Os sintomas comuns são: febre intensa, calafrios, cefaleia, sudorese, mialgia, náusea e emêse. O Brasil registrou 142.522 casos confirmados em 2023. A letalidade da doença é diferente entre as regiões, sendo 23,5 vezes maior na região extra-amazônica, em detrimento da dificuldade da suspeição do diagnóstico - fato que torna um grande problema de saúde pública.
ObjetivoTraçar o perfil epidemiológico dos casos de malária em Goiás - uma região extra-amazônica.
MetodologiaTrata-se de estudo retrospectivo de análise epidemiológica dos casos de malária em Goiás, no ano de 2023, disponibilizados pelos Sivep-Malária/SVSA/MS, Sinan/SVSA/MS e E-SUS-VS, do Ministério da Saúde.
ResultadosEm 2023, do total de casos confirmados de malária registrados no país, 141.935 casos ocorreram na região amazônica e 587 casos na extra-amazônica. O estado de Goiás representa 17,5% (103) dos casos extra-amazônicos, atrás apenas de São Paulo com 17,9%. Desse percentual em Goiás, 76,7% eram do sexo masculino e 23,3% eram do sexo feminino. Quanto à raça, 73,8% identificaram-se como pardos. Dos 103 casos, 54,4% eram na faixa etária entre 20 e 39 anos e 32,0% eram entre 40 e 59 anos. Quanto à ocupação no momento da infecção, 28,1% relatam que estavam viajando, 25,2% eram garimpeiros. Do total de casos em Goiás, 74,8% referiram ter se infectado na região amazônica, 18,4% em outros países, 6,8% na região extra-amazônica. Sobre o agente etiológico, 83,5% eram de Plasmodium não falcipurum, 16,5% eram de Plasmodium falcipurum + mista.
ConclusõesFrente aos casos de malária confirmados em Goiás, nota-se um predomínio epidemiológico em pessoas do sexo masculino, entre 20 e 39 anos, da raça parda, que estavam à viagem ou trabalhando como garimpeiro, na região Amazônica. O agente etiológico mais frequente é o Plasmodium não falcipurum. Ademais, a subnotificação é uma realidade, pois o diagnóstico inadequado, além do acesso limitado aos testes de diagnósticos, podem restringir a real situação epidemiológica dos casos de malária no país. No momento da confecção do estudo, ainda não havia dados de letalidade disponíveis para a consulta do ano de 2023.