Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 3 ‐ Horário: 13:30‐13:35 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: O acidente ofídico é o quadro de envenenamento pela inoculação de uma peçonha através do aparelho inoculador das serpentes. Segundo o Ministério da Saúde, foram mais de 28 mil casos no último ano, a ocorrência mais comum é na área rural. No Brasil, as serpentes peçonhentas de interesse em saúde pública pertencem às famílias Viperidae e Elapidae.
Objetivo: Avaliar a incidência dos acidentes com animais peçonhentos ocasionados por serpentes no município de Fernandópolis,SP.
Metodologia: Usou‐se de um estudo epidemiológico e descritivo temporal sobre os casos notificados de acidentes com animais peçonhentos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação entre 2008‐2017.
Resultado: No período estudado, foram notificados 86 casos de acidentes ocasionados por serpentes, 16,2% dos casos ocorreram em 2017, ano de maior incidência. A observação dos dados mostrou a ocorrência de 81,3% na área rural, 86,0% no sexo masculino e 19,7% de acometimento da faixa entre 41‐50 anos. Os dados também mostraram que 29,0% dos acidentes ocorreram por inoculação do veneno na perna, o local mais atingido, e que 66,2% da população levam até uma hora para procurar atendimento. Dos casos notificados somente 11,6% apresentaram queixas de manifestações sistêmicas, as neuroparalíticas e vagais somaram 70% das ocorrências, não houve relato de manifestação renal e em apenas 10% ocorreram manifestações miolíticas. Em relação à classificação dos casos, 62,7% deles foram considerados leves, enquanto apenas 4,6% eram graves. Em 66,2% dos casos a espécie da serpente foi identificada, 64,9% desses correspondem aos acidentes por botrópicos, 33,3% por crotálicos e 1,7% por elapídico. O número de indivíduos que usaram a soroterapia coincide com o total de casos onde a espécie da serpente foi identificada. Todos os casos evoluíram para cura e nenhum óbito foi relatado.
Discussão/conclusão: O estudo dos acidentes ocasionados por serpentes evidencia a necessidade de ações preventivas e educativas, a fim de diminuir os riscos e a exposição aos acidentes ofídicos. Os dados encontrados no Sinan evidenciam que há uma considerável porcentagem de casos nos quais a espécie da serpente não fora identificada. Essa informação, somada ao intervalo de tempo entre o acidente e o atendimento, é fundamental para a decisão do tratamento adequado, bem como para afastar o risco de óbito.