12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana ataca o sistema imunológico, essencial para combater infecções. Segundo o Ministério da Saúde no período entre 1980 e junho de 2019 foram notificados 966.058 casos de aids e 338.905 óbitos. Uma das dificuldades para o controle e erradicação da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana é o diagnóstico em fases tardias da doença, levando ao atraso do tratamento e aumento da morbimortalidade.
Objetivo: Compreender as percepções das barreiras e benefícios de pessoas soropositivas ao vírus da imunodeficiência humana acerca do diagnóstico em fases tardias da infecção.
Metodologia: Estudo transversal, descritivo e exploratório com abordagem qualitativa realizado no período de janeiro e agosto de 2019 com pacientes que tiveram o diagnóstico em fases tardias da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana durante internação hospitalar. As entrevistas foram individuais e embasadas no modelo de crenças em saúde de Rosenstock. Adotou‐se a Análise de Conteúdo para organização e codificação das informações. Aspectos éticos foram contemplados.
Resultados: A percepção dos benefícios ao adquirir a infecção está relacionada à melhora no cuidado com a saúde, alimentação, acessibilidade aos serviços de saúde e o abandono e/ou diminuição de hábitos de vida não saudáveis. Já as barreiras foram relacionadas às dificuldades nos relacionamentos sociais, abandono e/ou afastamento de amigos e companheiros, ao psicológico e ao preconceito.
Discussão: O modelo de crenças em saúde explica o comportamento dos pacientes no processo saúde‐doença da infecção, assim os pacientes necessitam identificar as barreiras psicológicas, emocionais, físicas, mentais e sociais que os impedem de modificar suas ações. Um estudo verificou que o sucesso do tratamento vem através do processo de aceitação da doença, estimulando‐o a adquirir hábitos saudáveis na rotina diária. Outros estudos ressaltaram que o preconceito causa o isolamento social e a ocultação da doença das pessoas soropositivas ao HIV e os impedem de realizar o diagnóstico precoce.
Conclusão: A vulnerabilidade social, mudanças físicas, mentais e o preconceito facilitam o progresso da epidemia. No entanto após o diagnóstico os pacientes adquiram mudanças de comportamentos benéficas.