A infecção pelo HIV/Aids e a sífilis são relevantes infecções sexualmente transmissíveis (IST), para as quais há estudos que comprovam a correlação entre elas.
ObjetivoAvaliar a percepção de risco em relação à infecção pelo HIV e à sífilis para promoção de melhor controle das mesmas no interior do estado de São Paulo.
MétodoEstudo transversal observacional. Participaram, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, usuários do Ambulatório de Especialidades Médicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, São Paulo, maiores de 18 anos, de agosto de 2021 a abril de 2022. A coleta de dados foi realizada pelo próprio pesquisador, por meio de entrevista semiestruturada, aos pacientes que compareceram às consultas médicas, independentemente da especialidade. Análise do questionário foi realizada pelo programa SAS for Windows por meio do estudo dos itens pela associação das respostas com as variáveis de interesse.
ResultadosForam estudados 62 pacientes, dos quais, 45,16% eram homens, 53 relataram parceria sexual fixa, sendo que 60 tiveram até 5 parceiros e 2, de 6 a 10. Quanto ao uso de preservativos durante as relações sexuais, 41 nunca fazem uso, 10 sempre usam e 11 usam, às vezes. Os tipos de relações sem preservativos foram 50, vaginal, 20, oral e 7, anal. Nenhum participante relatou relação sexual sem uso de preservativo com parceiro sabidamente infectado pelo HIV ou sífilis, ou que tivessem aceitado dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia ou serviços em troca de sexo. Desses, 58 negaram sintomas relacionados à IST e não havia nenhuma gestante. Vinte e três indivíduos relataram uso de álcool ou outras drogas ilícitas antes das relações sexuais. Já realizaram testagem para pesquisa de HIV e sífilis, 35. Apresentaram percepção de risco às infecções, 41 indivíduos e 51 relataram conhecimento dos mecanismos de transmissão e as formas de prevenção contra as duas doenças.
ConclusãoResultados preliminares indicam predomínio de pessoas que conhecem as doenças, mas não adotam medidas de prevenção, visto que, apenas 35 pessoas testaram para pesquisa desses agentes, ao menos uma vez, o que demonstra tranquilidade e desconhecimento frente à situação epidemiológica do estado de São Paulo. Aponta-se então a necessidade de políticas públicas que estimulem maior adesão às medidas de prevenção, bem como, estratégias para testagens mais acessíveis à população, que podem contribuir para o controle da transmissão desses agentes.
Ag. FinanciadoraFAPESP.
Nr. Processo2021/08490-3.