O estado do Pará apresenta umas das com maiores taxas de detecção de HIV em gestantes do Brasil, registrando índice de 3,7 casos/mil nascidos vivos em 2019 (BRASIL, 2020). Esse panorama epidemiológico da infecção vem recebendo atenção especial no planejamento das ações de prevenção e controle do HIV/aids, pois mulheres vivendo com o vírus constituem a principal fonte de infecção em crianças menores de 13 anos (NASCIMENTO et al., 2018). O uso ferramentas de análise espacial no mapeamento de casos de HIV/ aids em diferentes territórios têm obtido êxito no delineamento de áreas prioritárias para o planejamento e programação de estratégias de prevenção e controle da doença, bem como na avaliação das ações executadas, resultando em maior impacto sobre os indicadores de doenças (CHIARAVALLOTI-NETO, 2017).
ObjetivoIdentificar as áreas de maior concentração de casos de infecção pelo HIV em gestantes no estado do Pará, no período de 2010 a 2017. Método: Estudo ecológico, realizado a partir dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). Para estimar a superfície de distribuição territorial dos casos de HIV em gestantes a partir dos endereços geocodificados, foi utilizado o Estimador de Densidade de Kernel (EDK) (OLIVEIRA; BRESCOVIT; SANTOS, 2015). Os mapas de densidades e as análises geográficas foram realizados por meio do software TerraView 4.2.2.
ResultadosA análise da densidade de casos de HIV em gestantes demonstrou padrão semelhante entre os anos de 2010 a 2013 apresentando alta densidade de casos em municípios da região metropolitana, principalmente na capital Belém e nos municípios de Ananindeua e Castanhal. A partir de 2014, houve aumento progressivos de casos em municípios da região Nordeste e Sudeste do Pará, com destaque para Marabá, Parauapebas e Santarém cujos padrões de densidade em 2014 e 2016 foram considerados altos e em 2017, muito altos.
ConclusãoA Infecção pelo HIV em gestantes no Pará apresenta padrão heterogêneo de distribuição de casos, concentrados inicialmente nos grandes centros urbanos expandindo-se para municípios do interior do estado ao longo dos anos. Ademais, a utilização de ferramentas de análise espacial possibilitou a identificação de áreas prioritárias intervenção com vistas controle e prevenção do HIV/Aids, contribuindo para o planejamento em saúde e implementação de ações estratégicas de prevenção da transmissão vertical do HIV no estado do Pará.