Journal Information
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
PI 142
Full text access
OSTEOMIELITE DE CRÂNIO POR SÍFILIS
Visits
1847
Maicon Ramos Pintoa, Gabriela Caetano Lopes Martinsb, Núbia Leilane Barth Schierlinga, Carolina Monteiro Camposa, Allan Henrique Cordeiro da Silvaa, Fernanda Pereira Pedrosoa
a Hospital Nossa Senhora das Graças, Curitiba, PR, Brasil
b Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S1
More info
Introdução

Desde o menor número de casos reportados em 2000, os casos de sífilis aumentaram mundialmente, com maior incidência em homens que fazem sexo com homens e pacientes com HIV. O envolvimento ósseo é incomum na sífilis primária e secundária, com uma prevalência de 0,15 a 0,23%.

Descrição do caso

Paciente masculino, 36 anos, buscou pronto atendimento por cefaleia frontal, de moderada intensidade, com início há 3 meses e piora há três dias, após tratamento com penicilina G benzatina devido a sífilis diagnosticada em VDRL de rastreio. Dor era do tipo opressiva, acompanhada de edema na região frontal e na pálpebra superior direita, com sudorese noturna. Havia sido diagnosticado com HIV há 18 meses. Em uso de TARV. Última dosagem de carga viral há 11 meses, com resultado indetectável e CD4 de 184 células/mm3. Ao exame físico, bom estado geral, afebril, hemodinamicamente estável. Edema periorbitário à direita e em região frontal, sem sinais flogísticos. Exames laboratoriais demonstraram aumento da PCR e VHS. Foi realizada uma angiotomografia com sinais de osteomielite de calota craniana bilateral em região frontal, com maior comprometimento do lado direito. A lesão foi biopsiada. Na punção lombar, líquor sem aumento de celularidade e VDRL não reagente. Devido a suspeita de osteomielite por sífilis secundária, foi iniciado ceftriaxona 2g por dia, assim como sulfametoxazol trimetoprima profilático, pelo CD4 menor que 200. No quinto dia de internação, o paciente apresentou melhora significativa da cefaleia e edema. Paciente foi de alta hospitalar com ceftriaxona por 14 dias. Alguns dias após a alta, resultado do PCR de calota craniana para treponema foi positivo e confirmou o diagnóstico de osteomielite por sífilis secundária. Ao longo do monitoramento do tratamento, foram observadas quedas progressivas do VDRL. Após 22 meses, depois de um novo contato sexual, o paciente apresentou VDRL de 1:256, sendo diagnosticada reinfecção e realizada nova administração de penicilina G benzatina.

Comentário

A presença de achados mucocutâneos e linfadenopatia levantam a suspeita de osteíte sifilítica, porém, no caso relatado, as únicas manifestações presentes eram cefaleia e edema. Não existe consenso sobre o tratamento dos casos de osteíte por sífilis secundária, uma vez que são raros. Os sintomas se resolvem após a terapia, mas as lesões ósseas podem persistir por até 7-11 meses.

Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools