Desde que a infecção causada pelo Sars-CoV-2 se alastrou por todos os continentes, os serviços de saúde necessitaram se reestruturar e reinventar para atender a essa demanda emergente. A letalidade apresentada pelo vírus atingiu níveis alarmantes, e levou os profissionais de saúde a uma rotina de frequente contato com o evento do óbito. No Brasil, o plano de enfrentamento à pandemia, proposto pelo Governo Federal, apontou para um fortalecimento da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, que foi crucial para o controle da letalidade da doença.
MétodoTrata-se de um estudo descritivo transversal, com extração de dados em um banco local, registrados entre 00:00 horas do dia 15 de março de 2020, e 23:59 horas de 30 de setembro de 2021. Como critério de inclusão, foram selecionadas as declarações de óbito que utilizaram os CIDs B34.2-Infecção por coronavírus, não especificada, B97.2-Coronavírus, como causa de doenças classificadas em outros capítulos e U07.1-Infecção pelo novo Coronavírus (COVID-19) como causa básica. A pesquisa foi realizada no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, no município do Rio de Janeiro, que se dedicou exclusivamente ao tratamento de COVID-19 no período de 15 de março de 2020 a 30 de setembro de 2021.
ResultadoEntre 15 de março e 31 de dezembro de 2020, foram registrados 81 óbitos de pacientes internados a menos de 24 horas, com tempo de permanência média de 12,19 horas (dp 6,81), idade média de 68,72 anos (dp 14,02), sendo 56,79% do sexo masculino. Já entre 01 de janeiro e 30 de setembro de 2021 foram registrados 83 óbitos de pacientes com menos de 24 horas de internação, permanência média de 13,40 horas (dp 6,17), média de idade 66,55 anos (dp 16,49), e 54,22% do sexo masculino.
ConclusãoNão houve diferença estatística significativa entre os dados registrados, quando comparados os anos de 2020 e 2021. Cultural e historicamente, os homens buscam os serviços de saúde com menor frequência, em comparação as mulheres, o que explica o maior número de óbitos entre o sexo masculino. O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla conta com o Time de Resposta Rápida - TRR, que possui a função de prestar o primeiro atendimento na admissão do paciente com COVID-19, classificando-o de acordo com o nível de complexidade do atendimento necessário. Essa estratégia, recomendada pelo Ministério da Saúde, leva o paciente ao tratamento intensivo em tempo oportuno, e isso se mostra eficaz na redução do número de óbitos.