Segundo a OMS até outubro/2021, mais de 3,1 milhões de novos casos e pouco mais de 54.000 novas mortes foram notificados. No Brasil, milhares de profissionais de saúde foram afastados das atividades por terem adquirido a infecção, e muitos morreram em consequência da COVID-19. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o impacto da pandemia na rotina diária, em relação ao uso dos equipamentos de proteção individual (EPI`S) pelos profissionais de saúde do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA.
Métodosestudo observacional, descritivo, do tipo transversal; através da aplicação de questionário presencial e online aos profissionais de Junho a Agosto/2021.
ResultadosForam entrevistados 218 profissionais de saúde. Destes, 41 médicos, 53 enfermeiros e 124 técnicos de enfermagem; sendo 141(64,6 %). Cerca de 183(83,94%) não possuem acesso a todos os EPI`S. Em geral, 97(44,49%) utilizam gorro,178(81,65%) máscara cirúrgica, 205(94%) máscara N95, 109(50%) usam aventais de mangas longas e descartáveis; 93(85,3%) dos participantes utilizaram aventais impermeáveis (7,3%), 190 (87,1%) utilizaram luvas de procedimento, 69(31,6%) óculos de proteção e 65 (29,8%) usam protetor facial. 203(93,1%) profissionais realizavam procedimentos geradores de aerossóis, na qual somente 26(12,8%) usam todos os EPI`S necessários. Somente 53(26,1%) usaram protetor facial, 88(43,3%) óculos de proteção e 98(48,2%) avental de mangas longas nestes procedimentos. Em geral, 34(17,7%) utilizam máscara cirúrgica em detrimento da máscara N95. Cerca de 100(45,8%) reutilizam EPI`S, e 117(53,6%) não receberam treinamento sobre o uso de EPI`S com a equipe. Cerca de 120 (55,04%) têm dificuldades no manejo, destes, 99 (82,5%) apresentam dificuldade na desparamentação. 155 (71%) declararam ausência de protocolo hospitalar com orientações sobre o manuseio da máscara N95, e 184 (84,4%) afirmaram ausência de espaço para descarte. Cerca de 184 (84,4%) profissionais levam EPI`S para suas residências.
ConclusãoO estudo revela evidente impacto na rotina dos profissionais de saúde; diante da limitação ao acesso e manejo destes equipamentos. Enfatiza-se, a necessidade de melhorias na distribuição destes equipamentos, e capacitação de equipes no serviço hospitalar; visando a diminuição da transmissão de COVID-19 entre os profissionais e pacientes.