No ambiente hospitalar a Resistência Antimicrobiana é considerada um dos maiores desafios devido à pressão seletiva provocada pelo uso excessivo e irracional de Antimicrobianos. Com este intuito, Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos ou Programas de Stewardship estão sendo instituídos mundialmente com a finalidade de otimizar a prescrição nos serviços de saúde, garantir a segurança e efetividade, reduzir a ocorrência de eventos adversos e prevenir a disseminação de resistência.
ObjetivoAvaliar os resultados da implantação do Programa Antimicrobial Stewardship em um Hospital de Grande Porte de São Paulo.
MétodoTrata-se de um estudo descritivo retrospectivo realizado no período de julho de 2021 a Fevereiro de 2022. Foram padronizados quatro antimicrobianos como de “uso restrito”: Meropenem, Polimixina, Teicoplanina e Micafungina, no qual as prescrições realizadas foram avaliadas pelos Infectologistas do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) abrangendo de forma integral leitos de Unidade de Terapia Intensiva, Enfermarias e Pronto Socorro. Os antimicrobianos prescritos em desacordo foram submetidos a intervenção farmacêutica junto aos prescritores para adequação da prescrição.
ResultadosHouve uma diminuição significativa, na quantidade de antimicrobianos solicitados em sete meses de implantação do programa, sendo eles: Meropenem (62%), Polimixina (47%), Teicoplanina (64%) e Micafungina (45%). A taxa de aceite da equipe médica assistencial à auditoria realizada foi de 83% em julho de 2021 a 97% em fevereiro de 2022. Em julho de 2021, o custo das terapias compreendia um valor de R$ 167,041,23, após as estratégias de intervenções realizadas pela Farmácia Clínica/SCIH o custo das terapias para R$ 91.683,99 em fevereiro de 2022, evidenciando uma economia de R$ 75.357,24.
ConclusãoO uso racional de antimicrobianos demonstra impactos não só na diminuição da disseminação de resistência, na efetividade e segurança do paciente, como também na minimização significativa dos custos assistenciais; evidenciando a importância da atuação conjunta do Farmacêutico Clínico com a equipe Multidisciplinar e com o SCIH tanto nas análises das prescrições médicas, como nas discussões das indicações clínicas, ajustes de doses e descalonamentos.